Ministério Público pede exibição dos conteúdos dos discos rígidos de Rui Pinto - TVI

Ministério Público pede exibição dos conteúdos dos discos rígidos de Rui Pinto

Rui Pinto

Na segunda sessão de julgamento, Aníbal Pinto garantiu também que a ideia de uma conta offshore para receber dinheiro da Doyen foi ideia do hacker

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O julgamento de Rui Pinto, criador da plataforma Football Leaks, continuou esta terça-feira no Tribunal Central Criminal de Lisboa, com a segunda sessão, a qual ficou marcada pela apresentação de um requerimento, por parte do Ministério Público, a pedir a exibição dos conteúdos dos discos rígidos apreendidos a Rui Pinto.

A procuradora do Ministério Público, Marta Viegas, justificou a apresentação do requerimento por entender ser «imprescindível» em futuras sessões do julgamento a exibição dos «originais dos objetos apreendidos». «Nunca foram trabalhados, nem seria possível. Tudo o que foi feito, foi baseado em cópias para não adulterar o original», acrescentou.

A presidente do coletivo de juízes, Margarida Alves, concedeu um prazo de cinco dias para os assistentes no processo se pronunciarem. Após a apresentação do requerimento, a segunda sessão foi dada por encerrada, segunda sessão esta que foi dominada pelas declarações do advogado Aníbal Pinto, arguido pelo crime de tentativa de extorsão à Doyen.

Recorde-se que de acordo com a acusação, Aníbal Pinto, que era na altura advogado do hacker, pretendia ajudar Rui Pinto a chantagear a Doyen, entidade à qual Rui Pinto terá exigido entre meio milhão e um milhão de euros para não publicar na plataforma Football Leaks informação confidencial relacionada com contratos de jogadores.

Ora quando confrontado pela representante legal da Doyen, Sofia Branco Ribeiro, sobre quem teve a ideia de criar uma sociedade offshore para o contrato de prestação de serviços na área informática com o fundo de investimento, Aníbal Pinto respondeu que «foi Rui Pinto», referindo que estava a negociar pelo seu então cliente sob anonimato.

O advogado acrescentou ainda que só «iria revelar [a identidade de Rui Pinto] quando fosse para assinar o contrato», o que mereceu da presidente do coletivo de juízes, Margarida Alves, a pergunta sobre se achava normal uma empresa querer contratar alguém que não conhecia: «Os advogados não têm de achar se é ou não normal. Têm de saber se é ou não legal», respondeu Aníbal Pinto.

O julgamento prossegue na próxima quarta-feira, a partir das 9.30 horas, para aquela que será a terceira sessão. Rui Pinto, de 31 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência e seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, PLMJ, a Federação e a PGR e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada.

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