O Eurogrupo decidiu adiar a decisão final sobre o segundo pacote de ajuda à Grécia para a próxima quarta-feira, anunciou o presidente da instituição, Jean-Claude Juncker, em conferência de imprensa, após a reunião desta quinta-feira.
Os ministros das finanças consideram que ainda faltam alguns elementos para que a ajuda de 130 mil milhões de euros possa receber luz verde. Em causa está a necessidade de garantias, por parte da Grécia, de que o plano acordado com a troika internacional vai ser cumprido à risca, explicou. A Grécia tem de convencer os parceiros.
«Primeiro, o Parlamento grego deve aprovar nos próximos dias o programa acordado com a troika», enumerou Juncker.
«Em segundo lugar, a redução adicional de despesa pública no valor de 325 milhões de euros em 2012 deve ser rapidamente identificada para assegurar o cumprimento da meta de défice. E por último, são necessárias garantias políticas fortes por parte dos partidos da coligação no Governo quanto à implementação do programa».
«Tudo isto é essencial para assegurar o sucesso na aplicação do programa, também depois das próximas eleições legislativas», concluiu.
Papademos promete agir rapidamente
De acordo com o líder do Eurogrupo e com o comissário europeu para os Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rehn, também presente na conferência, tudo está agora nas mãos dos políticos gregos, mas o Governo liderado por Lucas Papademos prometeu já que tomará as medidas necessárias nos próximos dias.
A troika vai também reforçar os meios da equipa que tem em Atenas, «para monitorizar o andamento» das medidas de austeridade e das reformas estruturais com que a Grécia se comprometeu e também para «ajudar o governo grego», por exemplo, «a dar o melhor uso possível aos fundos comunitários», explicou Olli Rehn.
Acordo com credores privados fará parte do segundo pacote
Os dois responsáveis reconheceram também a importância do acordo alinhavado entre as autoridades gregas e os credores privados, essencial para o sucesso do programa de ajustamento.
«O futuro da Grécia está nas mãos dos que têm responsabilidade política (na Grécia)», explicou o comissário, acrescentando que «as decisões que tomarão nos próximos dias e semanas determinarão as perspectivas do país, da sua gente, de forma a por um fim a uma era de finanças públicas insustentáveis».
«Cabe agora ao Parlamento grego transformar o acordo em acções concretas e convencer os parceiros europeus que acções decisivas serão tomadas com vista à consolidação orçamental e nas reformas estruturais para impulsionar crescimento económico e facilitar a criação de emprego».
Meios da equipa comunitária em Atenas serão reforçados
Rehn sublinhou também que este segundo pacote de ajuda «necessita do genuíno compromisso por parte dos partidos políticos» e de uma «implementação mais forte e eficaz. Por isso, é preciso reforçar a nossa capacidade em Atenas, para monitorizar e dar assistência ao Governo grego».
Assim, a equipa destacada em Atenas será reforçada para ajudar o executivo grego em áreas como o combate à evasão fiscal, privatizações, fundos estruturais, etc.
O segundo resgate, diz Olli Rehn, está muito focado «na competitividade da economia, para criar empregos», por isso, a equipa comunitária em Atenas está a ajudar autoridades gregas em áreas como a simplificação regulatória e em facilitar as exportações.
Eurogrupo: decisão sobre ajuda à Grécia adiada para 4ª feira
- Paula Martins
- 9 fev 2012, 23:59
Atenas tem de dar garantias adicionais de que plano será cumprido. Governo garantiu tratar de tudo nos próximos dias
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