Klopp e o primeiro aquecimento no Liverpool: «Pedi logo uma reunião» - TVI

Klopp e o primeiro aquecimento no Liverpool: «Pedi logo uma reunião»

Klopp

Treinador alemão fala da relação com os árbitros e do jogo com o Atlético de Madrid que antecedeu o confinamento: «Que idiota és, preocupas-te em perder um jogo de futebol, mas o mundo está numa situação muito difícil»

Quando Jurgen Klopp chegou ao Liverpool a equipa lutava por objetivos bem menores do que aqueles que tem agora. O treinador alemão conta, no filme The End of The Storm - estreia no final de novembro - que durante o aquecimento do primeiro jogo percebeu que os reds estavam a perder para as outras equipas não só dentro de campo.
 
«Vejo sempre o aquecimento da outra equipa. O Tottenham parecia elegante, um kit de treino azul escuro, organizado. Harry Kane, Dele Alli. Tudo parecia certo. Olhei para o outro lado e ‘uau’. Nós parecíamos o capitão Picard», lembra, em declarações reproduzidas pelo The Guardian.
 
«Tamanhos errados, que nem se ajustavam aos jogadores. Eu não estava contente. Pensei: 'como pode ser que o jogo nem começou e já somos os segundos melhores'? No dia seguinte pedi uma reunião e disse o que podíamos mudar imediatamente porque acho que essas coisas são importantes. Não sou um obcecado pelo controlo, só acho que as coisas devem acontecer de uma certa maneira», acrescentou.
 
Apesar de concordar que as pessoas o consideram «bastante animado constantemente», o técnico alemão assume ter momentos em que se comporta «como um completo idiota» e, talvez por isso, a relação que mantém com os árbitros não é a melhor.
 
«Ainda tenho mais cartões vermelhos, ou certamente a maior quantidade de multas, como treinador na história da Bundesliga. A ironia não ajuda. Os árbitros não conseguem lidar com isso. Penso que foi o meu primeiro cartão vermelho como treinador, fui até ao árbitro auxiliar e disse: ‘Quantas decisões erradas são permitidas? Porque se for 15 ainda temos uma’. Ele ergueu a bandeira, e de repente, já estava a caminho da bancada. Não consigo estar sentado», confessa.
 
No filme que acompanha a época dos reds, os espectadores poderão acompanhar a forma como o clube lidou com a pandemia da covid-19 e o célebre encontro da Liga dos Campeões, diante do Atlético de Madrid, com Anfield Road lotado, numa altura em que os estádios europeus começavam a fechar as portas ao público.
 
«Acordei na segunda de manhã e soube que Madrid estava a fechar escolas e universidades. Fizemos um jogo extremamente importante da Liga dos Campeões contra o Atlético e entre cinco e seis mil pessoas vieram de Madrid. Isso não fazia absolutamente sentido nenhum. Foi muito difícil naquela noite preparar o jogo, pedir aos jogadores que fizessem tudo para vencê-lo, sem saber o que iria acontecer no dia seguinte. Jogamos, foi um jogo muito bom, mas perdemos e fomos eliminados. Depois disso, lembro que fiquei muito irritado com a forma como o Atlético de Madrid jogou. Mas cinco minutos depois, após as entrevistas, pensei: ‘Que idiota és, preocupas-te em perder um jogo de futebol, mas o mundo está numa situação muito difícil’. Então, voltei para casa e no dia seguinte, ao entrar no centro de treinos, já estava claro que a liga iria parar», contou
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