Análise: as medidas «pouco convencionais» do BCE - TVI

Análise: as medidas «pouco convencionais» do BCE

Euro

Baixar mais a taxa de depósito teria pouco efeito prático, diz economista

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O Banco Central Europeu (BCE) desceu esta quinta-feira os juros da Zona Euro em 25 pontos pecentuais. Esta descida foi menor que a esperada pelo mercado e «significa que o banco decidiu partir o corte de 50 pontos base em dois de 25 pontos base, um agora e outro em Maio», explicou o economista da Informação de Mercados Financeiros (IMF), Filipe Garcia à Agência Financeira.

BCE baixa taxa para 1,25%

Relativamente à taxa de depósito, Trichet esclareceu que «seria justo dizer que se encontra já a um nível extremamente baixo, nos 0,25 por cento».

Na opinião de Filipe Garcia, «o BCE não poderia descer a taxa de depósitos porque o degrau seguinte é 0%. As taxas de depósito estão muito baixas para não incentivar os bancos a colocar o dinheiro no BCE, pelo contrário, pretende-se que o coloquem no sistema».

Veja aqui o discurso do presidente do BCE



Assim, «cortar para zero seria uma hipótese, mas de efeito prático reduzido já que quem deposita a 0,25% fá-lo por uma questão de segurança e não de rentabilidade e obrigaria os banco a perder dinheiro com esse depósito (dados os custos administrativos)».



Trichet promete medidas não convencionais



A par disto, o presidente do BCE prometeu medidas não convencionais a anunciar em Maio, que no ponto de vista do economista da IMF, «serão aquelas em que se irá injectar liquidez no sistema monetário sem ser pelas operações correntes de cedência de fundos».



BCE admite que taxa de juro pode voltar a baixar

«Há várias hipóteses neste domínio, nomeadamente o alargamento do prazo a que o BCE cede liquidez aos bancos, a possibilidade de aceitar activos diferentes como colateral para empréstimos aos bancos, a compra de dívida no mercado (papel comercial e obrigações de empresas) e a compra de obrigações soberanas (dívida pública)», disse.



«Parece-me que o BCE deverá em primeiro lugar optar pelas duas primeiras e evitar a todo o custo a última», conclui Filipe Garcia.
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