BCE deve manter taxa de referência nos 4% esta semana

Isto à espera de mais dados sobre a economia real, segundo os economistas ouvidos pela agência «Lusa».

Com a incerteza à volta dos mercados financeiros e do efeitos da crise do crédito de alto risco à economia real, a alta das taxas de juro de mercado (Euribor) e a subida do euro contra o dólar, o BCE não deverá aumentar as taxas de juro, como se esperava há algumas semanas, disse Tiago Lavrador, analista do BES.

A autoridade monetária deve manter o seu discurso agressivo de perigos de pressões inflacionistas, acrescentou o mesmo analista, mas moderá-lo com os riscos de abrandamento da actividade económica, numa altura em que o preço do petróleo continua em alta e em que se perspectivam algumas revisões em baixas das taxas de crescimento.

Teresa Gil Pinheiro, analista do BPI, e Tiago Lavrador consideram que até meados de 2008 não haverá mexidas das taxas de referência da Zona Euro, com o BCE a preferir esperar por mais dados económicos.

No entanto, uma nova descida do preço do dinheiro por parte da Fed pode pressionar o BCE a cortar os juros, lembra José Maria Brandão de Brito, analista do BCP, pois traduziria uma expectativa de abrandamento «pronunciado» da actividade económica nos EUA, cenário que iria indirectamente afectar a Europa.

A probabilidade do BCE cortar a taxa já em Dezembrou ou JAneiro é elevada, segundo esse analista do BCP.

Rui Constantino, economista-chefe do Santander Negócios Portugal, tem outro entendimento: a Zona Euro e os EUA têm situações económicas muito distintas, pelo que um novo movimento por parte da Fed pode não obrigar o BCE a cortar taxas. Tudo depende da situação da economia real, concluiu Rui Constantino.

A próxima reunião do BCE está agendada para 8 de Novembro.