Ações do Farense penhoradas por dívida de 300 mil euros - TVI

Ações do Farense penhoradas por dívida de 300 mil euros

Farense-Braga (Lusa)

Em causa está um empréstimo feito em 2004 pelo Ginásio Clube Naval de Faro

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O presidente do Farense, António Barão, revelou hoje, em carta aberta aos sócios, que as ações do clube na SAD foram penhoradas pelo Ginásio Clube Naval de Faro, no âmbito de uma dívida de 300 mil euros.

O Tribunal de Faro deliberou, em julho do ano passado, que o Farense teria de devolver 300 mil euros, acrescidos de juros, valor de um empréstimo feito em 2004 pelo Ginásio Clube Naval de Faro.

O clube tentou negociar o pagamento da dívida mas o outro emblema da cidade não terá aceitado, segundo a revelação feita por António Barão na missiva enviada aos associados do Farense, publicada no sítio oficial do Farense na internet.

«[O Ginásio Clube Naval de Faro] Atualmente já penhorou as ações do clube, que com isso, retirou a todos os sócios os ativos do clube e o seu poder», sublinhou o presidente do Farense, que detém 30 por cento do capital social da sociedade, no valor de 150 mil euros.

A carta aos sócios traça o atual retrato desportivo e financeiro do clube e faz o balanço de uma década de trabalho no Farense - no início apenas como diretor-desportivo e desde 2009 como presidente -, lamentando a falta de apoios financeiros da câmara municipal e dos empresários da cidade.

Segundo António Barão, o clube tem várias receitas penhoradas e continua a pagar dívidas a antigos jogadores e treinadores, como Hassan Nader e João Alves - «que tinha um contrato de trabalho vitalício», acrescentou -, enquanto o ex-jogador Carlos Costa colocou o Farense em tribunal «por dívidas na ordem de mais de 100 mil euros».

Por outro lado, o dirigente lembrou o trabalho efetuado na recuperação desportiva do clube, quer no futebol quer nas modalidades amadoras, e também a redução do passivo, de cerca de 15 milhões de euros para cerca de 2,7 milhões de euros.

António Barão revelou que o Farense parte, todos os anos, com um défice de cerca de 550 mil euros, resultante de uma despesa mensal na ordem dos 77 mil euros e de uma receita mensal que só chega aos 32 mil euros,

«Mensalmente, estamos perante um défice de cerca de 45 mil euros, a que este presidente e a sua direção, de uma forma ou de outra, têm conseguido fazer face, sem que com isso se acumule passivo, que neste momento é nulo», realçou António Barão.

O Farense, 20.º classificado da última edição da II Liga, foi despromovido ao Campeonato de Portugal, mas tem mantido a preparação da próxima época em suspenso, face à possibilidade de ser repescado por via administrativa.

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