A Juventus esteve a perder em casa até ao minuto 77 diante do Lokomotiv de João Mário e Éder, mas acabou por virar o resultado, com dois golos do oportuno Paulo Dybala e, assim, juntou-se ao Atlético Madrid no comando do Grupo D, com sete pontos. Uma enorme desilusão para a equipa russa que esta noite chegou a parecer inultrapassável, mas caiu em dois tempos, com dois remates do argentino que, esta época, só tinha marcado ao Inter Milão.
O campeão italiano entrou em campo com um onze «cosmopolita», com onze jogadores de nacionalidades diferentes, e uma entrada fortíssima, a pressionar a toda a largura, à procura de um golo madrugador e de uma noite tranquila.
No entanto, do outro lado, os homens de Sarri encontraram um adversário preparado para isso mesmo. O experiente Yuri Semin, o treinador mais velho desta edição da Liga dos Campeões, com 72 anos, montou um onze preparado para aguentar o primeiro embate e, depois, explorar as transições rápidas.
João Mário foi peça-chave nesta estratégia, incumbido de servir de interposto para essas transições, numa equipa que tinha Éder como principal referência no ataque, com muitas bolas longas à procura do herói de Paris. À passagem da meia-hora, as bancadas gelaram quando, em mais uma transição rápida dos russos, João Mário obrigou Szczesny a voar para uma grande defesa, mas, na recarga, Miranchuk atirou a contar. O Lokomotiv, que já tinha surpreendido o Bayer Leverkusen, estava a vencer em Turim.
A perder, a Juventus aumentou a intensidade no jogo, mas continuou a chocar contra o muro russo, sem encontrar brechas para chegar ou mesmo visar a baliza de Guilherme. O intervalo chegou num ápice com os russos a transpirar tranquilidade.
Maurizio Sarri estava obrigado a mudar alguma coisa e a segunda parte começou com aplausos para Gonzalo Higuaín que já estava a aquecer e acabaria por render Khedira poucos minutos depois. A Juventus alargava a frente de ataque diante de um Lokomotiv cada vez mais fechado, com João Mário em plano de desataque, a ajudar a fechar o flanco esquerdo, aquele que os italianos mais procuravam forçar.
Dybala: três minutos, dois golos
A verdade é que os russos pareciam inabaláveis, apesar das muitas boladas que iam acumulando no corpo. Cristiano Ronaldo teve mais dois livres, mas nunca conseguiu fazer a bola passar da barreira russa. Rabiot também foi a jogo, mas continuavam a faltar espaços na frente até que, ao minuto 77, Dybala conseguiu o que já parecia impossível. Combinou com Cuadrado e rematou com o pé esquerdo, à entrada da área, com a bola a fugir de Guilherme. Estava feito o empate.
Bola ao centro e, três minutos depois, novo golo de Dybala. Bomba de Alex Sandro de fora da área, Guilherme defende para a frente e o argentino volta a fazer a festa. O avançado tinha marcado apenas um golo esta época, ao Inter de Milão, mas esta noite dobrou o seu pecúlio. Pouco depois saiu para a ovação dos adeptos e um abraço sentido de Buffon.
A Juventus garantiu, assim, três importantes pontos antes de voltar a defrontar este mesmo Lokomotiv em Moscovo.