Renault 100% eléctrico chega a Portugal em 2011

O primeiro carro da Renault totalmente eléctrico, o Kangoo ZE (Zero Emission), vai chegar a Portugal «em meados» de 2011 e terá um valor comercial «idêntico ao de hoje, de motor térmico», ou seja, cerca de 12 mil euros, feitas as contas depois aos incentivos do Estado. A garantia foi dada pelo administrador da Renault Portugal na conferência de imprensa para apresentação do veículo esta quarta-feira, em Cascais.

Sem querer adiantar valores concretos, José Caro de Sousa explicou que os incentivos fiscais anunciados pelo Governo e o valor da bateria - alugada à Renault - são descontados ao preço final do veículo.

De referir que o Governo anunciou que seriam dados incentivos de até 5 mil euros na compra de um carro eléctrico e de 1.500 euros na troca de um automóvel com motor térmico por um eficiente.

Mais três carros da gama ZE

Mas mais que estas ajudas, para o responsável, é preciso fazer as contas do que se vai poupar na vida útil de um veículo eléctrico face a um convencional. Por exemplo, o custo de percorrer 100 quilómetros é de cerca de 2 euros, ou seja, um valor cinco vezes inferior ao de um automóvel equipado com motor de combustão.

O Kangoo ZE, apresentado esta quarta-feira em Portugal, tem uma autonomia de 160 quilómetros e vai estar sobretudo vocacionado para uma utilização citadina e suburbana.

A Renault tem ainda «na manga» para 2011 mais três carros da gama ZE: o Twizy, Zoe e o Fluence.

Entidade para gerir rede eléctrica

«Pela aliança entre a Renault e a Nissan, já foram investidos 4 mil milhões de euros no desenvolvimento do carro eléctrico», adiantou Caro de Sousa.

De acordo com a coordenadora da mobilidade eléctrica em Portugal, Francisca Duarte Pacheco, o país ganha com a introdução do veículo eficiente em Portugal. A factura da mobilidade pode ser reduzida de 11 mil milhões para cerca de 5,5 milhões se tivermos 160 mil veículos eléctricos.

Aos jornalistas, a responsável adiantou ainda que o Governo se prepara para, em Dezembro, aprovar um decreto-lei que vai pôr em papel «as grandes linhas da rede piloto da mobilidade eléctrica». A definição destas linhas será feita com base nas resoluções de conselho de ministros anteriores, afirmou Francisca Pacheco, acrescentando ainda que será criada uma entidade para a gestão desta rede.