Santana teria falado pessoalmente com Sócrates - TVI

Santana teria falado pessoalmente com Sócrates

  • Portugal Diário
  • 13 abr 2007, 22:30
Santana e Sócrates

Se fosse líder de oposição, pediria ainda que PM fosse ao Parlamento

Santana Lopes teria pedido explicações ao primeiro-ministro, mas pessoalmente. O social-democrata disse esta sexta-feira à noite, em entrevista a Mário Crespo, na SIC Notícias que essa seria a sua abordagem à polémica que envolve José Sócrates e as suas habilitações académicas, se fosse líder de oposição. Um «percurso insólito», adjectiva Santana.

No lugar de Marques Mendes, o ex-presidente da câmara de Lisboa não teria pedido um inquérito, mas antes que o primeiro-ministro fosse ao Parlamento prestar explicações aos deputados, e à Nação, sobre o seu percurso no Ensino Superior, que tanta tinta tem feito correr nos jornais.

Sobre a entrevista que o primeiro-ministro deu na passada quarta-feira à RTP e RDP, Santana afirmou que não ficou «totalmente esclarecido», mas confessa que não se devem «fritar as pessoas em lume brando»: «Quem tem algo a dizer, que o faça de uma vez, ou que se cale». O social-democrata repudia «os assassínios de carácter», e garante que apenas falou deste caso porque não se trata de uma matéria do foro pessoal, mas sim de um tema político.

«Sou uma animal político ferido»

Sobre a vida interna do PSD, o ex-primeiro-ministro não exclui a possibilidade de correr contra Marques Mendes. Mas confessa-se um «animal político ferido». «As pessoas ficaram a achar que eu não prestava», respondeu sobre o seu tempo em S. Bento, acrescentando que «ainda está em recuperação». «Não me estou a fazer de calimero», afirmou, deixando entre-aberta a porta da liderança do PSD e fazendo referência a Luís Filipe Menezes, que já se mostrou disponível para concorrer.

Mas como o futuro só a Deus pertence, Santana também não fecha outras portas: nem da câmara de Lisboa, nem a do Governo. Até porque a vida dá muitas voltas: «Há 15 dias toda a gente considerava impossível ganhar as eleições a José Sócrates em 2009, mas hoje é possível pensar nisso».

Santana espera que a vitória não seja uma realidade daqui a dois por causa da polémica académica que envolve o primeiro-ministro. Mas porque «não cumpriu muitas das promessas que fez quando concorreu nas legislativas».

Sobre o seu regresso, que está agora «mais próximo da política activa», o ex-primeiro-ministro deixa um «logo veremos» e uma advertência: «Não se deve voltar ao lugar onde fomos felizes», numa referência à Câmara de Lisboa. «Mas onde fomos infelizes...», disse sem terminar a frase, dando a entender que terá sido no Governo, onde foi «atacado todos os dias», que não foi feliz.
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