Liga Campeões: FC Porto-Krasnodar, 2-3 (crónica) - TVI

Liga Campeões: FC Porto-Krasnodar, 2-3 (crónica)

Todos temos um plano até ao primeiro golpe

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Aplausos, gritos, assobios e impropérios. Palmas, festejos, incentivos e vozes roucas. Mais assobios e depois um silêncio confrangedor.

O FC Porto foi afastado da Liga dos Campeões pelo Krasnodar (2-3) e caiu para a fase de grupos da Liga Europa, competição que não joga desde 2010/11.

Duro, duro.

Mais que tudo, os dragões perderam o que verdadeiramente importa para os homens engravatados que gerem o futebol: milhões. Cinco do play-off fugiram, mais os 44 em caso de chegada à fase de grupos. Complicado para quem acabou de realizar o maior investimento da sua história.

FICHA E FILME DO JOGO

Os maiores maestros indicam o caminho, mas não dizem o que se vai ver. Conceição começou por querer apontar o caminho para o play-off ao juntar Nakajima, Díaz e Corona. Os bons jogadores são todos compatíveis, é verdade.

Porém, o plano sedutor do treinador do FC Porto – que fez cinco mudanças para esta partida – desfez-se num ápice. Todos temos um bom plano até levarmos o primeiro soco, não é?

O Krasnodar colocou-se em vantagem logo a abrir na sequência de um pontapé de canto. Tony Vilhena beneficiou de um corte imperfeito de Danilo para abrir o marcador. A reação azul e branca foi positiva. Logo de seguida Pepe ameaçou o empate 

Nada fazia prever novo duro golpe, portanto.

Num livre ofensivo a favor dos dragões nasceu o 0-2. Com um pouco de azar à mistura, sublinhe-se. Wanderson aproveitou um ressalto para isolar Suleymanov – a única novidade no onze russo – que colocou a bola entre as pernas de Marchesín.

O dragão gelou com a eficácia russa.

O FC Porto procurava combinações ofensivas pelos pés de Nakajima e Díaz. No entanto, os portistas viveram mais de jogadas avulsas do colombiano ou das arrancadas de Marega. Era pouco para quem estava a desvantagem na eliminatória.

O cenário ficou sombrio pouco depois da meia hora. Com enormes dificuldades em controlar a profundidade e as transições contrárias - Marcano fez um jogo francamente mau -, os dragões voltaram a sofrer. Contra-ataque mortífero desenhado por Vilhena e aproveitado por Suleymanov, após driblar Díaz – Alex Telles tinha ficado a queixar-se fora do relvado.

O FC Porto, recordista de participações na Liga dos Campeões juntamente com Barcelona e Real Madrid, precisava de fazer algo épico ou morrer a tentar. Ficou-se por esta última.

Os destaques da partida

A segunda parte começou com Marchesín a evitar o 0-4 a Berg. A goleada seria também épica, diga-se.

Depois de Saravia ter saído ainda na primeira parte, Conceição foi «forçado» a estrear Uribe devido à lesão de Sérgio Oliveira. Cerca de dez minutos depois da segunda alteração, Alex Telles encontrou Zé Luís na área e o cabo-verdiano reduziu para 1-3.

O Dragão entrou em ebulição. Aplaudiu cada lance, contestou cada decisão. Agarrou a equipa, no fundo.

Imediatamente a seguir, Marega viu Safonov evitar o 2-3. O guarda-redes russo mostrou-se sempre muito seguro, travando mais tarde os pontapés de Zé Luís e Alex Telles.

Os portistas jogaram mais com o coração do que com a cabeça. Não houve uma ideia comum, apenas jogadas individuais ou momentos de inspiração que levaram o FC Porto para junto da área russa. Num desses casos, Corona furou e abriu em Díaz. O colombiano driblou um adversário e colocou em jeito para o poste mais distante. 2-3.

O FC Porto tentou, tentou e morreu a tentar. O golo do empate não chegou e o sonho de chegar à fase de grupos da Liga dos Campeões esfumou-se. Um afastamento prematuro que dói desportiva e financeiramente.

Tinha de ser épico.




 

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