Champions: reviravolta épica em Amesterdão vale final ao Tottenham - TVI

Champions: reviravolta épica em Amesterdão vale final ao Tottenham

Equipa inglesa chegou ao intervalo a perder a eliminatória por 3-0

E palavras para aquilo que aconteceu na Johan Cruijff Arena?

Desde já, é obrigatório dizer que escrevemos estas linhas sem conseguir deixar de pensar que o futebol caminha a passos largos para ser considerado um perigo de saúde pública.

Não há coração que aguente tantas emoções sem se sobressaltar. É demasiado.

E o que dizer do sonho do Ajax? Um sonho de criança. Crianças, aliás. Sim, porque apesar do percurso brilhante nesta Liga dos Campeões, a maioria dos jogadores que encantaram a Europa não viveram sequer o suficiente para se lembrar da última vez que a equipa holandesa esteve numa final da Champions. Algo que aconteceu há 23 anos.

Eles estiveram quase. Quase, quase, quase, qua… Porém, uma segunda parte de sonho absoluto do Tottenham fez com que seja uma final totalmente falada em inglês, aquela que se vai disputar em Madrid, no dia 1 de junho.

Sim, depois de chegar ao fim dos primeiros 45 minutos da segunda mão das meias-finais a vencer a eliminatória por 3-0 – e a dar sinais claros de uma supremacia impossível de travar pelo adversário -, o Ajax deixou escapar por entre as mãos a final da Champions.

Ou terá sido o Tottenham que se agarrou com todas as forças à imprevisibilidade do futebol?

Lá está, é algo que ainda não conseguimos dizer com toda a certeza.

O que não duvidamos é que pela segunda noite de Champions consecutiva, aconteceu algo que vai ser recordado durante décadas.

E não, caro leitor, não há aqui qualquer tipo de exagero.

Quem viu este Ajax-Tottenham – tal como quem tinha visto o Liverpool-Barcelona desta terça-feira – vai falar sempre dele quando lhe falarem em algo «impossível» em futebol.

Impossível.

Em Amesterdão, essa palavra só pode ter entrado no balneário do Ajax ao intervalo. Para os homens de Ten Hag seria impossível não serem eles os adversários do Liverpool na final.

Afinal era só impensável.

Recorde o filme do jogo

Já mais difícil é imaginar o que terá dito Pochettino aos jogadores do Tottenham. Depois de terem perdido em casa por 1-0, os spurs foram completamente dominados pelo Ajax.

Logo ao minuto cinco, De Ligt cabeceou para o 1-0. Pouco depois da meia-hora, Ziyech fez o 2-0 e as esperanças inglesas pareciam morrer.

Nunca. Pochettino reverteu a ideia inicial de não ter uma referência fixa na área e lançou Llorente. E a verdade é que o espanhol começou a assustar os centrais do Ajax.

E como é possível chegar aqui ter referido ainda o nome do herói da noite?

Talvez porque a primeira vez que Lucas Moura surgiu em destaque na partida foi aos 53 minutos, quando surgiu a finalizar um contra-ataque perfeito do Tottenham, que deu o 1-2.

E aqui podemos fazer um parêntesis:e sim, o Ajax estava a vencer por 3-0 a eliminatória e foi apanhado em contra-ataque. Chama-se mentalidade. É com bola e a atacar que o Ajax se sente confortável. E foi com essa ideia que quis chegar até à final de Madrid.

Quem não achou a ideia assim tão romântica foi Lucas Moura. Três minutos depois, o brasileiro teve mais clarividência do que toda a defesa do Ajax e fez o empate na partida.

Faltavam 30 minutos para o fim do jogo e um golo aos ingleses para voltar a lembrar que neste desporto não existem impossíveis.

Acontece que o fizeram da forma mais cruel. Nessa meia-hora final, houve oportunidades para todos os gostos, para as duas equipas e emoção infindável.

Ou que parecia infindável, sejamos mais rigorosos. Mesmo a terminar o quinto dos cinco minutos de compensação dados pelo árbitro, a bola voltou a cair no pé de Lucas Moura e todos sabemos o que aconteceu, não é assim?

Aconteceu futebol. No último segundo, o Tottenham fez 3-2 no jogo, 3-3 na eliminatória e picou o bilhete para o Metropolitano.

Depois de em 2008 Manchester United e Chelsea terem disputado uma final da Champions totalmente inglesa, cabe a vez a Liverpool e Tottenham, sendo que os spurs chegam ao jogo decisivo pela primeira vez na sua história centenária.

A quase um mês de distância, podemos dizer que será impossível ser mais emocionante do que as meias-finais.

Espere, impossível? Pois…

[artigo atualizado]

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