Jesus: «Fomos e somos melhor equipa do que o PAOK» - TVI

Jesus: «Fomos e somos melhor equipa do que o PAOK»

Treinador do Benfica assumiu erros, sobretudo ao nível defensivo

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Jorge Jesus defendeu, em conferência de imprensa, que o Benfica foi melhor do que o PAOK ao longo do jogo, apesar de reconhecer erros na derrota diante da equipa grega na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões.

- A equipa do Benfica não foi melhor em termos de finalização, mas a primeira parte do Benfica foi bem conseguida, com muta qualidade. Não conseguimos golos com algum mérito do keeper. Na segunda parte, eles têm um miúdo rápido que nos conseguiu surpreender em termos de diagonais. É verdade que a nossa última linha não está tão bem como queríamos. Não tivemos argumentos para parar estes dois golos. Houve muitas coisas boas que a equipa do Benfica fez, mas se olharmos para o resultado, não fomos melhores. Fomos melhor equipa e somos melhor equipa, mas em termos de futebol quem marca mais golos é que ganha. Houve muitas coisas boas da equipa, agora temos de ir há procura das pequenas coisas que o Benfica não fez tão bem. Não temos muito tempo, temos já o jogo com o Famalicão na sexta-feira.

- Tínhamos a certeza que vencendo estas duas eliminatórias, podíamos passar para um patamar importante. Mas isso não serve de desculpa. Eu estava convencido que, passando estas duas eliminatórias, íamos chegar a um patamar alto. Agora temos de enfrentar a realidade, não conseguimos ganhar ao PAOK sendo melhor equipa do que o PAOK.

[Sofreu o segundo golo aos 73 minutos, mas a equipa pareceu perdida em campo depois disso]

- Concordo. Depois de sofrermos o primeiro golo a equipa perdeu-se um pouco. Também é normal, os jogadores estavam a sentir que estava mais perto o 1-0 a favor do Benfica do que o 1-0 a favor do PAOK e, quando sofremos, é natural, nesta fase, que tenham tido algum desequilíbrio posicional. Mas até aí a equipa do Benfica foi sempre melhor equipa. As estatísticas valem o que valem, 60 por cento de posse de bola, 16 remates à baliza, oito enquadrados, mas aqui o guarda-redes do PAOK fez a diferença. É verdade que ainda não temos um avançado que saiba conquistar o espaço. Andamos à procura. Também é verdade que a última linha não está tão bem automatizada como vai estar no futuro. Estamos todos tristes, não era este o resultado que queríamos. Mas não vou só analisar o resultado, o mais importante é que andámos cinco semanas a trabalhar e houve coisas positivas que a equipa já fez. Isso dá-nos algum alento e esperança para os objetivos que temos. Hoje perdemos um objetivo. O objetivo não era vencer a Champions, mas era chegar e estar ao nível das equipas que estão mais alto ao novel da Champions. Hoje não conseguimos passar aqui, mas aquilo que fizemos foi suficiente para ganhar o jogo, perdemos por alguns pormenores.

[Em termos emocionais, a equipa acusou o final da época passada?]

- Penso que não. Vínhamos de um sonho muito grande nesta competição, sabendo que é uma das competições top mundial. Sabíamos que se passássemos estas duas eliminatórias podíamos chegar longe. Os jogadores também sentiram isso. Hoje sim, depois de perderem o jogo, os jogadores sentiram que um dos sonhos que tínhamos era passar esta eliminatória. Agora a última época não teve nada a ver com o jogo de hoje. O jogo de hoje é a responsabilidade minha, não tem nada a ver com o passado.

[Sonho pode ser transportado para a Liga Europa?]

- Não quero fugir da responsabilidade. Sabendo que da responsabilidade que é estar numa Champions, do valor das equipas, mas continuo a pensar que o mais difícil era passar esta primeira eliminatória e depois a segunda. A partir daí tenho a certeza que íamos chegar muito longe. Quanto à Liga Europa, claro, nem há duvidas sobre essa ideia. Vamos estar na Liga Europa, mas não era isso que o Benfica queria, não era isso que o presidente queria e não era isso que o treinador queria. Preparámos-nos nestas cinco semanas para passar estes dois adversários. A realidade é que este jogo vai afetar a equipa emocionalmente.

A equipa sentiu-se perdedora. No futebol, interessa é quem ganha, foi a equipa do PAOK que fez dois golos. Temos de perceber isto tudo e continuar a caminhada. É um caminho longo, difícil, mas com certeza com muitos êxitos.

[Segunda parte do PAOK?]

- Fomos melhor que o PAOK quase nos 95 minutos do jogo. Só não fomos naqueles dois lances. Sabíamos que o corredor esquerdo do PAOK é mais forte do que o direito, acabámos por sofrer os dois golos nesse corredor. O que define os jogos é quem faz mais golos. O PAOK fez mais do que nós. Se o resultado fosse outro estávamos a falar das coisas positivas do Benfica. Mas o PAOK tve mérito para conseguir entrar na nossa última linha. Com mais tempo, isso não aconteceria.

[Posições de Pizzi e Pedrinho?]

- A nossa mobilidade, tendo o Pedrinho e o Pizzi, podia confundir a marcação a qualquer um deles. A ideia foi essa e vai ser no futuro com os jogadores que chegarem para essas duas posições. O Pedrinho teve dois ou três passes em que enfiou a bola nos nossos avançados para fazerem golo. Apesar de não terem feito grandes exibições individuais. Sentimos que no período em que o PAOK fez os golos, alguns jogadores já tinham perdido alguma intensidade de jogo. Quando tentamos mexer na equipa sofremos um golo. Mas essas movimentações deram qualidade à equipa. O Seferovic ainda teve duas jogadas na cara do keeper. A ideia é essa, não foi por aí que não ganhámos. Podes falhar as oportunidades que tiveste, mas não podes sofrer os golos que sofremos. Quando se falha defensivamente ficamos muito mais marcados do que quando falhamos ofensivamente. O Benfica não pode sofrer dois golos em dois remates.

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