Champions: Tottenham-Liverpool, 0-2 (crónica) - TVI

Champions: Tottenham-Liverpool, 0-2 (crónica)

Klopp escreve a letras de ouro a história do sexto título europeu dos reds

Que bela página de história.

Catorze anos depois de vencer a última Liga dos Campeões, o Liverpool voltou a sagrar-se Campeão Europeu, somando a sexta conquista no seu historial, ao vencer o Tottenham por 2-0.

Os reds tornam-se na terceira equipa com mais títulos europeus, com seis, deixando para trás Barcelona e Bayern (cinco), ficando apenas atrás do Milan (sete) e do Real Madrid (treze).

Os golos de Salah (2m) e Origi (88m) selaram o triunfo de uma equipa de autor, que ofereceu ao seu líder, Jurgen Klopp, a glória europeia que lhe fugira nas duas oportunidades anteriores.

Jurgen Klopp.

O treinador alemão merece um parágrafo só para ele pela nova vida que deu a este Liverpool. É verdade que à quarta época, este é apenas o primeiro título que o alemão conquista ao leme dos reds – e que o investimento tem sido fortíssimo -, mas ninguém pode negar que o clube ganhou uma nova aura desde que o alemão chegou à cidade dos Beatles.

Um dia antes da final, confrontado com o epíteto de «azarado», Klopp deu uma resposta... à Klopp, dizendo que longe disso, era um treinador com sorte.

«Desde 2012, e sem contar com 2017, disputei uma final em todas as épocas. Sou provavelmente o recordista mundial de meias-finais ganhas. Se escrevesse um livro sobre isso, ninguém compraria».

Ora, acabamos já com o suspense: o livro desta final não tem a história mais interessante de se contar.

Isto, apesar de a primeira página até prometer. Logo aos 25 segundos, Sissoko foi infeliz na abordagem a um cruzamento de Mané – o árbitro talvez tenha sido demasiado rigoroso, uma vez que a bola bateu no peito do jogador do Tottenham antes de lhe ressaltar para a mão – e Salah teve oportunidade de brilhar da marca dos onze metros.

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Com um ano de atraso, aquele que era apontado como uma das maiores estrelas da final da Champions da época passada, teve ocasião para brilhar. Após as lágrimas pela lesão provocada por Sergio Ramos, em 2018, Salah rematou forte e rasgou um sorriso perante o 1-0 madrugador.

Depois, veio a sonolência. Uma final aborrecida, com poucas oportunidades de parte a parte, e que aquela que terá sido uma das melhores (a melhor?) Liga dos Campeões de sempre, não merecia.

Tal como o Tottenham, diga-se. Um digno vencido que talvez também não merecesse receber o primeiro elogio desta crónica tão tarde, depois de escrever uma narrativa incrível que conduzira à primeira final da Champions da sua história.

Ali chegado, após uma primeira parte demasiado apagada dos homens de Pochettino, o segundo tempo dos spurs foi suficiente para, pelo menos, levar a decisão para o prolongamento.

Basta dizer que os dois melhores jogadores da final terão sido Van Dijk, com vários cortes providenciais, e Alisson. O guarda-redes brasileiro fechou completamente a baliza e foi ele que colocou a primeira mão no troféu.

A segunda, foi a de um herói improvável, Origi. O avançado belga, que tinha marcado o golo ao Barcelona que deu o apuramento para a final, foi relegado para o banco nesta partida decisiva.

No onze, surgiu Firmino, recuperado de lesão – tal como Harry Kane, do lado do Tottenham -, mas a exibição do avançado brasileiro também esteve longe de ser a melhor.

Por isso, quando a bola sobrou para o pé esquerdo de Origi naquele minuto 88, o nome do Liverpool começou a ser inscrito no troféu.

As celebrações não demoraram. O «You’ll never walk alone» começou a ecoar em Madrid e o título europeu foi confirmado.

O desfecho, esse, ficou escrito a ouro.

Mas não precisava, Jurgen. A história já era boa e venderia bem. Agora tem um novo e importante capítulo: o título. O «recordista mundial de meias-finais» venceu uma final.

O Liverpool de Jurgen Klopp é campeão europeu.

 

 

 

 

 

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