Benfica: eliminação da Champions não coloca em risco Fair Play Financeiro - TVI

Benfica: eliminação da Champions não coloca em risco Fair Play Financeiro

PAOK-Benfica (twitter PAOK)

Clube corre apenas o risco de falhar uma recomendação, o que não terá consequências práticas

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Criou algumas dúvidas o facto do Benfica ter incluído no último Relatório e Contas da SAD uma nota sobre estar em risco de falhar uma recomendação do Fair-Play Financeiro da UEFA, relativa ao peso dos gastos com pessoal.

Referiu o Benfica, nessa nota, que o aumento das despesas com salários aproximou esta rubrica do limite recomendado pela UEFA. Ou seja, o Fair Play Financeiro recomenda que os gastos com pessoal não ultrapassem 70 por cento das receitas operacionais, as quais excluem venda de atletas, e o Benfica, com o aumento do total de salários pagos na última época, atingiu os 69 por cento.

Ora o alerta do Benfica para o facto de se aproximar do limite da recomendação lançou algumas dúvidas, havendo quem pensasse que o cumprimento do Fair Play Financeiro estava em risco. O que se tornaria mais dramático depois do clube ter falhado a entrada na Liga dos Campeões.

A verdade é que o Benfica não está em risco de incumprimento do Fair Play Financeiro.

A recomendação referida faz parte de uma lista de boas práticas lançada pela UEFA no âmbito do Fair Play Financeiro, não tendo o seu incumprimento qualquer consequência prática.

Ou seja, um clube que ultrapasse em salários os 70 por cento das receitas operacionais, excluindo transações de atletas, não está em incumprimento do Fair Play Financeiro: está apenas a desrespeitar uma recomendação.

O FC Porto e o Sporting, por exemplo, ao longo das últimas épocas várias vezes ultrapassaram este rácio de 70 por cento das receitas operacionais e nunca lhes aconteceu nada por causa disso.

Só há, de resto, uma forma de estar em incumprimento do Fair Play Financeiro, e sujeito a sanções da UEFA que vão de uma advertência à exclusão das competições europeias: gastar num período de três anos trinta milhões acima das receitas.

Ou seja, o Fair Play Financeiro impõe que um clube não possa ter, num período dos três últimos anos, despesas acima das receitas em cinco milhões de euros. No caso de isso acontecer, o limite pode subir para trinta milhões mediante entrada de novo capital na SAD. No caso de, mesmo assim, as despesas serem mais de trinta milhões acima das receitas, então sim um clube está em incumprimento.

É exatamente por isso que o Sporting já foi sinalizado no passado pelo Fair Play Financeiro, sofrendo sanções de multa e de não poder inscrever mais do que 22 jogadores nas provas europeias, e é por isso que o FC Porto está nesta altura em risco de entrar em incumprimento também.

Quanto ao Benfica, vale a pena referir que na soma das duas últimas épocas apresentou lucros totais de 71,1 milhões, pelo que precisava de nesta época apresentar um prejuízo total de quase 102 milhões de euros para entrar em incumprimento financeiro. O que é bastante utópico.

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