Champions: final inédita ou reedição de 98, e um Monaco agridoce para a Juve - TVI

Champions: final inédita ou reedição de 98, e um Monaco agridoce para a Juve

Real Madrid-Atlético Madrid (Reuters)

Meias-finais avançam já esta terça-feira, com duelo em Madrid.

Meias-finais da Champions. Na terça, os madrilenos Atlético e Real reeditam as finais de 2014 na Luz (4-1 após prolongamento) e do ano passado, em Milão (1-1, 5-3 nos penáltis), que resultaram na 10ª e 11ª taças conquistadas pelos merengues. A Décima e a Undécima.

Já na quarta-feira, o Monaco recebe a Juventus no Stade Louis II e, mais uma vez, na condição de underdog. Os italianos, que eliminaram o FC Porto nos oitavos de final e o Barcelona nos quartos, são claros favoritos, tal como a equipa de Zinedine Zidane no outro lado, embora o treinador francês se recuse a aceitar tal estatuto.

Enorme superioridade blanca

Além das duas finais já referidas, Real e Atleti defrontaram-se mais cinco vezes. As primeiras três na discussão das meias da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1958/59. 2-1 para os da casa no Bernabéu, 1-0 para os colchoneros do velho Metropolitano – os golos marcados fora não entravam como critério de desempate – e novamente 2-1 para os blancos no neutro La Romareda, em Saragoça. Na final, no Neckarstadion, em Estugarda, o Real conquistaria o quarto troféu continental frente ao Stade de Reims (2-0).

Sobram mais dois embates, a contar para os quartos de final da Champions de 2014/15: 0-0 no Vicente Calderón; 1-0, golo de Chicharito com assistência de Ronaldo, na segunda mão, suficiente para seguir em frente. Os merengues seriam eliminados logo depois pela Juventus, com o Barcelona a levantar no fim o caneco, ao bater a Vecchia Signora, no Olympiastadion de Berlim, por 3-1.

Tudo somado, sete encontros. Quatro triunfos madridistas, dois empates e uma vitória colchonera, com o Real a vencer todas as eliminatórias que disputou com o rival. Além disso, o emblema blanco soma 11 troféus em 14 finais, contra apenas três finais perdidas do outro lado. O peso histórico é enorme.

Ronaldo, carrasco do Bayern e esperança «merengue»

Zidane rejeita favoritismo, Simeone fala em medo

«Não somos favoritos. É 50-50, como é sempre nos jogos a eliminar. Conhecemo-nos muito bem. A rivalidade entre os dois clubes não mudou desde o tempo em que era jogador. É o dérbi da capital. É intenso, mas a rivalidade é a mesma. Temos de fazer tudo bem. Se o fizermos veremos. Ter chegado às meias-finais significa que estivemos muito bem até aqui, mas este é um novo jogo.» (Zidane)

Cholo mostra-se mais preocupado, nem que fosse por o Real ter sido recentemente a besta negra do Atleti.

«Sempre sinto um pouco de medo antes do jogos. Isolo-me de tudo, e a tensão é normal. Temos uma grande responsabilidade, que está sempre a aumentar. Sinto isto perante qualquer adversário, independentemente do jogo e do adversário. O Real Madrid vai começar forte como acontece sempre em casa. Podem usar diferentes sistemas, com Isco, James e Asensio. Vão tentar ferir-nos. Temos de ser fortes e ficar o mais tranquilos possível. Será equilibrado, mas tenho esperança de que retiremos vantagem dos espaços que criarmos.» (Simeone)

Defesas de Real e Atlético com baixas

Pepe, Fábio Coentrão e Gareth Bale não poderão ajudar o Real Madrid na primeira mão, no Santiago Bernabéu. Varane ou Nacho, um deles fará dupla com Sergio Ramos no eixo central da defesa. Se Marcelo é indiscutível no lado esquerdo, será entre Isco e James Rodríguez a escolha para ocupar o lugar de Bale, novamente afastado por lesão.

Do outro lado, o problema está no lado direito da defesa. Juanfran está KO, Vrsaljko não joga há dois meses devido a uma lesão no joelho e Giménez, que ocupou o lugar frente ao Las Palmas, saiu lesionado do desafio. Sobra Lucas, um jovem lateral... esquerdo da formação, sendo sempre possível uma outra adaptação por parte de Simeone. O médio Augusto Fernández também é baixa colchonera. Já Carrasco recuperou e está convocado.

Se Cristiano Ronaldo não falhará, em condições normais, a presença no 11, Tiago estará muito provavelmente no banco. Devido às lesões sofridas nas últimas épocas, o médio tem perdido espaço e só tem sido utilizado de forma esporádica.

O momento de forma

Não se pode dizer que Real e Atlético tenham mostrado uma consistência inabalável na liga espanhola. Os merengues desperdiçaram uma vantagem considerável, numa quebra de forma que começou em janeiro e teve como pontos recentes mais baixos o empate caseiro precisamente frente aos colchoneros e a derrota perante o rival Barcelona. Zidane tem agora os culés lado a lado, embora ainda se possa valer de um jogo em atraso.

Já a irregularidade do Atleti voltou recentemente com o desaire no Calderón frente ao Villarreal no dia 25 (1-0), corrigido no fim de semana com a goleada ao Las Palmas (0-5). As duas equipas estão separadas por dez pontos na tabela.

Monaco eliminou Manchester City e Dortmund até chegar à meia-final.

A outra meia

Sempre que passou Monaco, Juventus chegou à final e... perdeu

O Monaco só esteve uma vez numa final da Liga dos Campeões, perdeu-a em 2004 para o FC Porto de José Mourinho (3-0), em Gelsenkirchen.

O mesmo não se pode dizer da Juventus, vencedora em 1985 (Heysel, 1-0 perante o Liverpool) e 1996 (Roma 1-1, 4-2 gp, frente ao Ajax) em oito presenças em finais. Os italianos são mesmo o emblema com mais finais perdidas (6), à frente de Benfica e Bayern Munique (ambos com 5). Curiosamente, para chegar a duas dessas seis finais eliminou o Monaco.

Os dois clubes só se defrontaram essas duas vezes (quatro jogos) na Liga dos Campeões, com os transalpinos a seguirem em frente em ambas e a chegarem ao jogo decisivo.

Nas meias-finais de 1997/98, a Juve venceu por 4-1 no Delle Alpi, e foi derrotada por 3-2 no Louis II. Seguiu-se então a tal final com o Real Madrid, vencida pelos espanhóis (ver mais abaixo).

Já nos quartos de final de 2014/15, já com Leonardo Jardim à frente da equipa, e com Ricardo Carvalho, João Moutinho e Bernardo Silva na equipa, registou-se um 1-0 para os italianos em casa e um nulo no Principado francês. A Juventus perderia novamente a final, desta vez frente ao Barcelona, depois de ultrapassar o Real nas meias.

Bakayoko em dúvida, Rugani baixa

Tiémoué Bakayoko fraturou o nariz na sequência de um choque com Glik num treino do Monaco e estará em dúvida para o encontro de quarta-feira. O médio defensivo não será operado até ao final da temporada, mas poderá ser poupado já nesta primeira mão.

A quem vaticinam o fim de época é ao central da Juventus Daniele Rugani, devido a uma lesão no perónio.

Bernardo Silva é, a par de Mbappé e Falcao, uma das estrelas de companhia e só alguma questão física ou estratégica o afastará da equipa inicial dos gauleses. João Moutinho jogou os dois jogos frente ao Borussia Dortmund devido à indisponibilidade primeiro de Fabinho e depois de Bakayoko por castigo. O experiente médio português será certamente uma das primeiras opções para substituir novamente o segundo, em caso de indisponibilidade.

Monaco mais perto do título, Juventus à beira do hexa

A derrota do Paris Saint-Germain na visita ao Nice deixou o Monaco mais perto do título. A equipa de Leonardo Jardim tem agora três pontos de vantagem e com menos um jogo realizado, a três jornadas (quatro para os monegascos) do fim.

A derrota da Roma no dérbi com a Lazio deixou a Juventus muito perto do sexto título consecutivo, inédito na história da Serie A. São nove pontos de vantagem com 12 ainda em disputa.

Juventus eliminou Real Madrid na meia-final de 2014/15, mas perdeu jogo decisivo com o Barcelona.

Possível reedição de 1998

A outra final perdida do Atlético Madrid aconteceu frente ao Bayern Munique em 1974. Se eliminar o Real garante logo à partida uma final inédita.

O mesmo acontecerá com o Monaco, que apenas foi à final com o FC Porto em 2004, caso elimine a Juventus.

Ou seja, Real Madrid-Monaco, Atletico Madrid-Monaco ou Atletico Madrid-Juventus serão sempre finais inéditas da Champions.

Só se poderá repetir uma conjugação: um jogo decisivo entre Real Madrid e Juventus. Espanhóis e italianos defrontaram-se na edição de 1997-98, com triunfo dos primeiros na Arena de Amesterdão por 1-0. Marcou Mijatovic, aos 66 minutos.

Real Madrid, Atletico Madrid, Juventus e Monaco. Chegou o momento das decisões, com portugueses ao barulho.

Continue a ler esta notícia