Champions: FC Porto-Liverpool, 1-5 (crónica) - TVI

Champions: FC Porto-Liverpool, 1-5 (crónica)

Ingleses começaram por roubar as pernas e depois o coração do dragão

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Tal como rei D. Pedro IV ofereceu o coração à cidade do Porto, pela incrível resistência das suas gentes contra os absolutistas, o FC Porto entregou o coração ao jogo no dia em que cumpria o seu 128.º aniversário. No entanto, o Liverpool levou as pernas aos dragões e depois roubou-lhe o coração.

Os portistas ficaram despedaçados, sem motivos para celebrarem e vergados a uma goleada por 5-1. Um resultado excessivo apesar da clara diferença entre as duas equipas.

A noite começou a correr mal ao FC Porto ainda antes do apito inicial. Pepe acabou por sair da equipa titular depois do aquecimento e obrigou Conceição a estrear Fábio Cardoso. Mais tarde, aos 14 minutos, o técnico teve de colocar Fábio Vieira em campo no lugar do lesionado Otávio.

O Liverpool dominava o jogo, embora sem criar grandes oportunidades. Jota era o homem que ocupava a posição de avançado, mas o perigo dos «reds» estava nos corredores em Salah e Mané. Por outro lado, o 4-4-2 portista revela-se demasiado curto perante a incapacidade da equipa em transitar – apenas Díaz era capaz de levar a bola para o ataque.   

As grandes equipas precisavam apenas de uma oportunidade para marcar. E este Liverpool é, indiscutivelmente, uma das melhores equipas do mundo. Depois de uma jogada de Curtis Jones pela esquerda, Diogo Costa defendeu para a frente e Zaidu, que poderia ter afastado a bola de primeira, dominou mal e permitiu a Salah marcar.

Depois de Jota ter visto Diogo Costa negar-lhe o 0-2, o FC Porto soltou-se. Subiu os níveis de agressividade, ganhou mais duelos e jogou, por fim, no campo todo. A jogada foi bem construída, mas a finalização de Díaz saiu à figura de Alisson.

Apesar dos sinais positivos, o Liverpool voltou a crescer nos minutos finais da primeira parte. Após um livre de Henderson que Diogo Costa defendeu, o guarda-redes portista cometeu um erro numa saída a um cruzamento de Milner e Mané, com a baliza deserta, fez o segundo golo inglês. 

Dois erros que não se podem cometer seja a que nível for. 

Conceição retirou Toni Martínez e introduziu Grujic para a segunda parte. Certamente que o treinador portista quis ter mais gente no corredor central a defender, mas também atacar melhor e chegar em melhores condições ao ataque.

Apesar da mudança no FC Porto, foi o Liverpool quem pareceu sempre mais perto do terceiro golo.  Diogo Costa roubou dois golos a Jota e manteve os portistas vivos no encontro até... novo erro. Desta feita, Sérgio Oliveira perdeu a bola no meio-campo e Curtis Jones saiu disparado em direção à baliza contrária. O inglês teve tempo e espaço para isolar Salah que bisou com toda a classe do mundo.

Conceição voltou a trocar e tirou Zaidu e Uribe do jogo e lançou Wendell e Vitinha. Foi, curiosamente, o jovem médio a ter nos pés uma excelente oportunidade para marcar, mas o seu remate saiu à figura de Alisson.

Perante a diferença de qualidade inegável, o FC Porto agarrou-se ao brio e ao orgulho. Teve, no fundo, coração. Por isso conseguiu fazer um golo, anotado por Taremi a passe (brilhante) de Fábio Vieira.

O Liverpool, no entanto, já havia tirado as pernas ao rival e estava disposto a roubar o coração do Dragão. Mas contou com a ajuda preciosa do adversário que voltou a cometer um erro novamente por Diogo Costa. Firmino driblou o guarda-redes pouco depois da linha do meio-campo e fez o 1-4. O brasileiro, de regresso à competição, ainda teve tempo para bisar e fazer o 1-5 final num lance fortuito.

 

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