Liga Campeões: FC Porto-Krasnodar, 2-3 (destaques) - TVI

Liga Campeões: FC Porto-Krasnodar, 2-3 (destaques)

Suleymanov rouba o palco ao mágico Shoya e ao entusiasta Díaz

Figura: Suleymanov

Repoй, herói na língua de Tolstoi. Ocupou o lugar de Namli e explorou como ninguém o espaço nas costas da linha defensiva portista. O facto de raramente ter ajudado Petrov defensivamente deixou Alex Telles em alerta. Suleymanov foi uma seta apontada à baliza de Marchesín, acabando por anotar dois golos - um de belo efeito - e por provar que é um jogador de classe. Atenção, só tem 19 aninhos.

Momento: 0-3 gela o Dragão, minuto 34

Após uma grande arrancada, Telles ficou fora do campo com queixas físicas. Inteligente, Safonov colocou a bola em jogo e o Krasnodar rapidamente explorou a ausência do brasileiro. Vilhena rodou o centro de jogo e encontrou Suleymanov na direita. Enquanto Telles recuperava posição, já o extremo driblava Díaz - que fazia de Telles - e atirava rasteiro para o poste mais distante da baliza de Marche.

A crónica do jogo

Outros destaques:

Marchesín: a responsabilidade de substituir Casillas é enorme. No entanto, parece à altura do desafio. Porventura, o argentino poderia ter feito mais no segundo golo russo, mas também é verdade que o FC Porto manteve-se no jogo pelas suas luvas quando evitou o 0-4 a abrir o segundo tempo. 

Nakajima: Óliver partiu, mas ficou o Tsubasa. Os pés do nipónico foram a luz que guiou o FC Porto na primeira parte ou que ligou o jogo. Em estreia absoluta o internacional japonês mostrou que é um talento raro. Cruyff dizia que qualquer jogador mediano parece bom com espaço, mas que os melhores são os que jogam com a respiração do adversário nas costas. Shoya é um dos grandes: nunca sentiu a pressão, jogou de cabeça levantada e furou entre camisolas escuras. Não fez tudo bem, obviamente: por vezes definiu mal e precipitou-se na conclusão de algumas jogadas. Nem parecia um estreante.

Saravia: 37 minutos de uma estreia para esquecer. Wenderson «fez gato-sapato» do argentino que nunca pareceu estar pronto para a exigência da partida. O internacional pela Argentina revelou deficiências assustadores de posicionamento e de perceção do jogo defensivamente e nunca foi o apoio ofensivo que a equipa precisava. Conceição não gostava do que observava e substituiu-o depois do 3-0. Tarde demais, o mal estava feito.

Zé Luís: Conceição demorou trinta e sete minutos a perceber que o cabo-verdiano tinha de jogar. Marega não pode coabitar com Corona, Díaz e Nakajima, sobretudo com os dois últimos. O maliano não é um jogador de apoios ou de toque ao contrário de Zé Luís. O ex-Lokomotiv marcou o golo portista que colocou o Dragão em ebulição.

Luis Díaz: é um entusiasta. A Europa ainda não lhe tirou o ADN do futebol de rua. Veloz, o internacional colombiano fez o Dragão sonhar. Impressionante a arrancada no final da primeira parte, na qual correu de área a área antes de finalizar. Deu tudo o que tinha e foi premiado com um golo, o primeiro desde que chegou e o segundo dos portistas. Díaz ainda tem alguns vícios sul-americanos, mas talento não lhe falta. Tem tudo para ser uma das figuras da equipa.

Safonov: não tremeu uma única vez. Foi o rosto da calma e esperança do Krasnodar, segurando tudo o que foi possível. Destemido, o guarda-redes russo evitou os sucessivos cruzamentos do adversário com saídas seguríssimas. Safonov fez a defesa da noite a uma «bomba» de Marega.

Continue a ler esta notícia