Portugal-Suíça, 3-1 (destaques) - TVI

Portugal-Suíça, 3-1 (destaques)

Portugal-Suiça

Capitão Ronaldo à prova de «infelixidades»

Relacionados

FIGURA: RONALDOOOO

«Criiistiano Ronaaaldoooo… Criiistiano Ronaaaldoooo… Criiistiano Ronaaaldoooo…»

Terminou assim, em êxtase, o Portugal-Suíça: com as bancadas em uníssono a entoarem o nome da estrela de Portugal ao ritmo de Seven Nation Army dos White Stripes.

À falta de ideias, de jogo coletivo, de futebol apoiado, a Seleção Nacional contrapôs com o génio de Cristiano.

Ronaldo é o capitão deste exército. Ele é o chefe da banda. Não há quem sequer lhe chegue perto na hora de decidir.  

Esta noite, ele começou a sofrer uma falta e a convertê-la para o fundo da baliza, com Sommer pregado no relvado.

Ainda antes do intervalo, Ronaldo ainda teve tempo de partir os rins a Mbabu, com um drible genial, e de deixar Félix na cara do golo.

Na segunda parte, após a equipa de Fernando Santos estremecer com o empate da Suíça, lá apareceu ele de novo para resolver. Mais dois golos, mais dois lances de classe... Em dois minutos.

Primeiro, após abertura de Rúben Neves e assistência de Bernardo, num remate seco e rasteiro, de difícil execução. Depois, num lance individual, em que encara o adversário e atira cruzado e colocado para o fundo da baliza suíça.  

O hat-trick (a sétima vez que CR7 marcou três ou mais golos num jogo da Seleção) colocou Portugal na final de domingo e fê-lo entrar uma vez mais para a história do futebol mundial.

Marcou em todas as fases finais em que participou: Europeus, Mundiais, Taça das Confederações… e agora Liga das Nações. Em todas as edições.

É obra! Obra do «Seven», do capitão da «army» que carrega esta «nation» às costas.

--

MOMENTO: Minuto 55’. «Infelixidade» número 1

Calma, ainda não é a vez do João. O Felix que mais se viu nesta partida foi alemão. Felix Byrch, o árbitro da partida, quase virou a meia-final do avesso quando aos 55 minutos de jogo reverteu uma decisão com a ajuda do VAR.

O penálti sobre Bernardo Silva deu lugar a outro na área contrária, porque início do lance houve um toque de Nélson Semedo em Zuber na área de Portugal.

Ora, Felix Byrch viu as imagens, ponderou e fez com que Ricardo Rodríguez fosse para a marca dos 11 metros fazer a igualdade a uma bola para a Suíça – por infelicidade também de Rui Patrício que viu a bola passar-lhe por baixo do corpo.

Um potencial 2-0 virou 1-1 e Portugal teve de sofrer até fim. Até ao capitão Ronaldo aparecer no papel de herói a resgatar uma presença na final.

--

POSITIVO

2 423 dias depois, a Seleção Nacional voltou ao Dragão para um jogo de cariz competitivo. A última vez havia sido a 16 em outubro de 2012, frente à Irlanda do Norte, para a fase de qualificação para o Mundial de 2014. Há mais de seis anos e meio… Entretanto, a equipa das quinas só voltou ao Dragão noutra ocasião, num particular a 29 de maio de 2016, frente à Noruega.

Escolher um dos mais bonitos estádios do futebol europeu como palco da fase final da Liga das Nações foi uma aposta ganha. Desde logo, porque o público correspondeu: casa cheia, com muitos adeptos suíços também; uma moldura digna de uma grande noite europeia.

NEGATIVO

Ao contrário do que acontece em jogos grandes do FC Porto, Champions incluída, hoje todas as ruas nas imediações do estádio estavam cortadas, o que dificultou a circulação automóvel.

Nada a apontar às medidas de segurança adicionais e ao longo circuito a fazer até chegar ao lugar na tribuna de imprensa. O problema é que, aí chegados, os jornalistas do Maisfutebol tinham visibilidade nula para metade do relvado, por terem dois enormes ecrãs na fila da frente.

Assim sendo, não foi possível acompanhar o jogo nas melhores condições.

Em suma: fomos ao Dragão para ver o jogo pela televisão.

--

OUTROS DESTAQUES:

João Félix

«Infelixidade» número 2. Antes sequer de fazer a estreia pela Seleção principal, a turba mediática colocou-o no patamar de Ronaldo. Disso, Félix não tem culpa. Mas, deixemos de lado o delírio quase coletivo, e foquemo-nos no essencial. Esta noite, Félix teve 70 minutos apagados. Sobretudo porque o talento que tem de sobra deixou as expectativas bem lá em cima. Resumindo: pouca bola no pé, algum nervosismo na decisão e um lance duvidoso na área, em que cai com um ligeiro toque do defensor suíço.

William Carvalho

Outro destaque que não está aqui por ter tido uma exibição positiva. Atuou sobre a esquerda no losango que Fernando Santos montou no meio campo de Portugal e, aí, convenhamos, o médio do Betis de Sevilha não funciona. William é útil no desarme e nas recuperações de bola, mas lento nas transições ofensivas. Na zona central, torna-se bem mais preponderante e um complemento interessante a um médio defensivo mais cerebral como Rúben Neves.

Rúben Neves

Contenção e visão de jogo. Aos poucos, Rúben impõe-se como o médio defensivo de referência desta seleção. Um médio de classe e cerebral. Um pequeno Pirlo, com capacidade de passar à distância com uma precisão notável (como se viu no segundo golo de Portugal). Por vezes, porém, o médio do Wolverhampton é demasiado macio para funcionar como tampão no meio-campo, o que obriga a ter por perto um recuperador de bolas como William. Ainda assim, hoje, mesmo no desarme não vacilou. Entre tanta mediania (Ronaldo à parte, evidentemente), Rúben foi dos melhores de Portugal. 

Bernardo Silva

À parte de Ronaldo, não houve figuras maiores na seleção. Ainda assim, sem brilhar intensamente, Bernardo iluminou-se a espaços. Foi assim no momento em que sofreu uma grande penalidade aos 53’, que seria revertida por decisão do árbitro com auxílio do VAR. E foi também aos 88’, quando de forma inteligente serviu Ronaldo para o 2-1.

--

Seferovic

Grande referência ofensiva da Suíça, o avançado do Benfica foi um perigo constante para a baliza de Portugal. Depois de falhar um desvio a cruzamento de Shaqiri, que atuava nas suas costas, e de aproveitar uma má saída de Patrício com a bola nos pés, Seferovic tornou os avisos ainda mais sérios e aos 43’ tirou tinta da trave da baliza portuguesa. Na segunda parte, ameaçou mais um par de vezes, mas acabou sem chegar ao golo. Combativo e perigoso.

Ricardo Rodríguez

No eixo da defesa Akanji era um desastre à espera de acontecer; à direita, Mbabu permitia que Ronaldo fizesse dele gato-sapato; mesmo na baliza o guarda-redes Sommer termia como varas verdes de cada vez que tinha a bola nos pés... No setor defensivo da Suíça, Ricardo Rodríguez foi o único que se salvou. Sobre o lado esquerdo, o defesa do Milan foi segurando as investidas do ataque português. Lá na frente, acabou por ser ele o autor do golo helvético, ao cobrar uma grande penalidade que Rui Patrício quase agarrou. 

Continue a ler esta notícia

Relacionados