Champions: Bayern Munique-Benfica, 5-2 (crónica) - TVI

Champions: Bayern Munique-Benfica, 5-2 (crónica)

Águia espremida sem piedade na noite de Lewandowski

Depois da goleada na Luz, nova goleada, agora na Alemanha e a tradição a manter-se: nunca o Benfica conseguiu bater o Bayern. As águias perderam em Munique por 5-2 num jogo em que a equipa germânica voltou a mostrar que vive noutro patamar e a portuguesa que atravessa uma má fase.

Jorge Jesus promoveu cinco alterações comparativamente com o jogo do Estoril no fim de semana. Deixou de fora Darwin, Radonjic e Otamendi, Weigl e Rafa, trio em risco de exclusão para o potencialmente decisivo jogo com o Barcelona. Morato completou o trio defensivo, lançou Meitë para o papel de seis e colocou Pizzi e Everton no apoio a Yaremchuk.

No imediato, a semi-revolução não deixou desconfortável a águia, que até esteve por cima nos minutos iniciais e ameaçou por Pizzi e, a seguir, numa bola parada.

Ainda que com jogadores de perfis diferentes, Jesus procurava replicar em Munique parte da receita de Lisboa: pressionar alto os bávaros.

Só que isso não causou grande desconforto à equipa de Nagelsmann. Foi, aliás, um trunfo para o colosso alemão. Por cada jogador pressionado do Bayern, sobrava um solto. E cedo ficou evidente o muito espaço entre setores.

Um deles, Coman, fez a Grimaldo o que fizera a André Almeida há duas semanas na Luz. Também aqui, por cada vez que alguém aparecia em auxílio do espanhol, um outro homem dos bávaros ficava solto.

Eram onze contra onze, mas a qualidade individual, a inteligência e o coletivo causavam mossa a cada esticão para a baliza de Vlachodimos. E isso tornou-se mais evidente depois de Lucas Veríssimo (15m) introduzir a bola na baliza de Neuer numa jogada anulada por um fora de jogo milimétrico.

A qualidade de Coman fez a diferença no 1-0 de Lewandowski e a inteligência de Kimmich desfez a defesa do Benfica no 2-0 concluído pela genialidade de Gnabry.

Aqui, há que dizer que o trio defensivo do Benfica foi presa fácil para Lewandowski e companhia. Mal sincronizados entre eles e com os laterais, Morato, Vertonghen e Lucas Veríssimo foram incapazes de anular a profundidade dos elementos mais ofensivos do Bayern. Atenuante: faltou-lhes o auxílio de um meio-campo mais agressivo e zeloso. Que condicionasse Goretzka e, sobretudo, Kimmich, sempre com muito espaço para ensaiar passes de longa distância para a verticalidade de Gnabry e Sané.

O golo de Morato (38m) na sequência de uma bola parada e o penálti defendido por Vlachodimos, que levou a melhor sobre Lewandowski, permitiu ao Benfica descer aos balneários na luta pelo jogo.

Mas, no regresso, a equipa de Jorge Jesus foi incapaz de reduzir os erros cometidos nos 45 minutos iniciais. Aos 49m, Sané concluiu uma jogada iniciada por mais um lançamento de Kimmich, que voltou a desequilibrar à passagem da hora de jogo no 4-1 dos bávaros, assinado por Lewandowski.

Durante largos minutos, o Bayern teve tempo e espaço para definir como quis os lances e, na Arena de Munique, o quadro ameaçava pintar-se de cores mais negras para o lado do Benfica.

Já sem grandes expectativas para a derradeira meia-hora, Jesus trocou todo o ataque. Rafa e Darwin entraram e a eles juntou-se, já depois do uruguaio reduzir para 4-2, Gonçalo Ramos. Destaque ainda para a estreia oficial de Paulo Bernardo pela equipa principal das águias.

O 5-2 do colosso germânico elevou para outro patamar mais uma noite de tremendo desacerto do Benfica na organização defensiva. Subida em bloco e Neuer (sim, Neuer) a isolar o senhor Lewandowski, que fez o hat-trick.

Imperdoável a este nível!

É certo que o cenário estava longe de ser o mais favorável para a saída de uma crise, mas os números e a forma de mais uma derrota pesada na Champions em nada ajudam a virar a página. São 14 golos sofridos nos últimos cinco jogos, três sem ganhar e a queda para o terceiro lugar do Grupo E, onde o Bayern já está apurado para a próxima fase.

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