Benfica-Inter, 0-0 (destaques) - TVI

Benfica-Inter, 0-0 (destaques)

O pilar Petit e o senhor Toldo Petit foi um pilar, Simão o desquilibrador de um Benfica forte, Toldo brilhou, o Inter é assim.

Petit, o pilar

O «leão» de sempre, mais uma noite a confirmar o grande momento de forma que vive e de que goza. Esta noite até chegou a assumir sozinho as despesas defensivas no meio-campo, permitindo a Tiago libertar-se para acentuar a pressão do Benfica na frente. Sempre presente, desdobrou-se para ajudar os centrais na defesa, quando a bola chegava a zona de perigo para o Benfica, serviu de pivot quando era altura de reorganizar fileiras para o ataque e disse presente nos lances de bola parada. Mostrou também a outra face, chamemos-lhe excesso de zelo, numa entrada nada discreta sobre Recoba que lhe valeu um cartão amarelo perto do intervalo e condicionou a sua exibição para a segunda parte. Ainda assim nunca se escondeu, mantendo até final essa garra que serve de pilar à equipa.

Simão, da esquerda para a direita

Desde cedo se assumiu como o homem a marcar pelo Inter. De início combinou bem com Armando no lado esquerdo e conseguiu com frequência superar a oposição para ficar em boas condições de cruzar ou entrar na área. «Arrancou» um cartão a Helveg aos 11 minutos, pouco depois Zaccheroni resolveu chamar a artilharia pesada e fez Zanetti trocar de flanco. O argentino cumpriu bem o papel, Simão viu-se em dificuldades sérias, até finalmente fazer o caminho oposto e mudar ele para o lado direito, trocando com Geovanni. Na segunda parte voltou ao seu lugar e continuou a levar a melhor com frequência sobre a oposição no um para um. Baixou de rendimento à medida que a equipa começou a acusar o cansaço de um jogo em alta rotação.

Ricardo Rocha, afinal sabem

Num jogo em que o Benfica mostrou uma capacidade de concentração difícil de encontrar paralelo nesta época, também a defesa, um sector tão estigmatizado por exibições sofríveis e intranquilas, esteve à altura. Ricardo Rocha, com a ajuda de um Luisão em bom nível, foi o melhor homem lá atrás, sempre atento às tentativas de subida dos jogadores do Inter, a cortar a bola na hora certa, fazendo dessa capacidade condição para a equipa poder assumir a iniciativa da partida e jogar de olhos postos na baliza adversária.

Armando, quase, quase

Foi ganhando o hábito de estar nos momentos decisivos do jogo e esta noite chegou a parecer que iria confirmar a tendência. Passaram por ele algumas das melhores oportunidades do Benfica, a principal das quais aos 15 minutos, num remate que Toldo defendeu com os pés. Aos 32 minutos voltou a criar um quase-momento-chave do jogo, num lance individual em que subiu para descobrir Sokota lá na frente, para o croata tentar sem sucesso o chapéu a Toldo. Parece muito bom, foi quase, não fosse a intranquilidade que revelou com frequência lá atrás e também na hora de tentar perceber qual o melhor passe a fazer em cada momento, uma inconstância que não é de hoje e tanto lhe garante os aplausos unânimes nos adeptos como o assobio fácil. Saiu tocado aos 69m, desta vez não decidiu.

Vontade não falta aos miúdos

Quando as coisas começaram a ficar mais perras do lado do Benfica, que os minutos iam passando e a equipa já começava a acusar o cansaço da pressão que aplicou em quase todo o jogo, Camacho lançou João Pereira, primeiro, e Manuel Fernandes, depois. Os dois mais jovens jogadores da equipa «encarnada» levaram ao jogo essa frescura e essa ilusão que se lhes pedia. Nem sempre bem, com excesso de impetuosidade mas muita vontade. Manuel Fernandes esteve perto da glória, quando entrou sozinho na área, pronto para tudo, a bola sobrou para o outro miúdo, que também não conseguiu brilhar. Ficam apesar de tudo ligados a uma noite europeia que o Benfica pode recordar com orgulho, ainda que com alguma frustração.

Toldo, o senhor

O que se pede a um guarda-redes? Que esteja lá quando é preciso. A um grande guarda-redes pede-se que o faça com a segurança e a tranquilidade que Toldo mostrou esta noite. Num jogo em que o Benfica tentou muito mas nem por isso deu muito trabalho ao guarda-redes, evitou o golo «encarnado» aos 15 minutos, tirando a bola com os pés após um remate de Armando, e pôs ponto final na partida sobre o apito, defendendo primeiro o remate de Petit e depois a recarga de Sokota.

Córdoba, somos assim

O central foi a imagem do Inter, de uma equipa que assume a capacidade de espera e gestão da ofensiva adversária como estratégia. Mesmo se o Benfica superou muitas vezes, mais do que seria de esperar, a barreira defensiva italiana, as coisas do lado do Inter nunca pareceram completamente descontroladas. No centro da defesa, Córdoba foi dos mais activos e conseguiu complicar muito a vida a Sokota, de quem foi uma sombra quase constante. Só na segunda parte o croata conseguiu libertar-se mais, para aparecer com mais perigo.

Recoba, talvez um dia destes

Vem de uma lesão, o papel do Inter aqui não era ser protagonista e o uruguaio encaixou bem o recado. Teve alguns pormenores a fazer jus à sua fama e à sua qualidade, mas foram coisa muito rara. De livre também não brilhou, acabou por ser substituído aos 56m por Júlio Cruz, troca por troca, quando Zaccheroni quis refrescar as coisas lá na frente, embora sem mudar muito a filosofia. 

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