LE: Sp. Braga-Spartak Moscovo, 1-0 (destaques)

FIGURA: Ricardo Horta

Quanto mais o relógio passava, mais Horta jogava. Ricardo realizou uma segunda parte de grande nível, tal como a equipa precisava. Raramente conseguiu espaço para furar a muralha defensiva russa no corredor central ou combinar com Sequeira. Soltou-se na segunda parte e foi o jogador que mais cresceu com a subida de rendimento da equipa. Rápido, o internacional português furou um par de vezes pelo corredor central ao mesmo tempo que libertou espaço para o seu irmão e para Sequeira. Marcou o único golo do encontro e foi, naturalmente decisivo. No quarto de hora final, Ricardo ainda assistiu Paulinho – que ficou perto do 2-0 – e ensaiou um pontapé fortíssimo de fora da área. O relvado foi a sua Horta, portanto.


MOMENTO: às duas tabelas também vale, minuto 74

Não há golos feios nem golos bonitos. Existem golos. Podem perguntar a qualquer avançado do mundo. A conclusão da jogada que dá o golo do Sporting de Braga não respeita a beleza da estética. Ainda assim, o golo foi um prémio justo pelo desenho ofensivo. De primeira, Wilson lançou Esgaio que correu até à área antes de cruzar atrasado. João Novais – era só encostar (!) – falou o remate e a bola ressaltou na perna esquerda de Ricardo Horta antes de seguir para o fundo da baliza do Spartak.

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Outros destaques:

Bakaev: o «10» que tem nas costas diz praticamente tudo do jovem russo. O maestro do Spartak jogou colado à direita, mas com liberdade de movimento para pisar terrenos mais interiores. O pé esquerdo de Bakaev imaginou todo o jogo ofensivo do Spartak. Ora em drible, ora em condução, o esquerdinho foi o elemento mais perigoso dos russos. Bakaev ainda tentou o golo, mas Matheus opôs-se com categoria (38’).

Palhinha: mestre no jogo de equilíbrios. Não toca muitas vezes na bola, mas está sempre no sítio certo. Faz o trabalho sujo, mas fá-lo de forma exímia. Após a saída de Fransérgio, o médio melhorou. Impediu inúmeras saídas do Spartak e permitiu à equipa recuperar a bola em zonas adiantadas. Além disso, foi da autoria de Palhinha o único remate perigoso dos bracarenses na primeira parte, valendo a atenção de Maksimenko.

Sequeira: que pulmão tem o lateral! Pese embora tenha enfrentado o melhor jogador do Spartak esta noite, o defesa não se inibiu de apoiar o ataque, permitindo a Ricardo Horta jogar mais por dentro. Em virtude da forma inteligente como os russos defendiam os flancos, Sequeira apenas acertou um cruzamento na primeira meia hora. Foi o suficiente para Palhinha assustar Maksimenko. Subiu de produção na segunda parte, ganhando várias vezes a linha do fundo. A julgar por hoje, Sequeira está feito um belo futebolista.

Matheus: um verdadeiro «reforço» para a época 19/20. Seguríssimo fora dos postes, felino entre eles. O brasileiro travou todas as tentativas do Spartak com um calma e sobriedade notáveis. Destaque para a defesa decisiva a cabeceamento de Ponce já nos minutos finais, segurando a vantagem bracarense.