Portimonense-Rio Ave, 0-0 (crónica) - TVI

Portimonense-Rio Ave, 0-0 (crónica)

Medo de perder foi maior que a vontade de ganhar

Um relvado espetacular, mas duas equipas mais empenhadas em não perder do que propriamente em chegar ao golo. As contas nesta ponta final do campeonato fazem-se ponto a ponto e nulo entre o Portimonense e Rio Ave foi um bom exemplo disso, com os vilacondenses mais empenhados em chegar à vitória, mas com riscos mínimos, diante de um adversário algarvio que também pareceu sempre muito confortável com o empate.

Apesar de estarem integrados no grupo dos aflitos, os dois emblemas tinham aqui uma oportunidade excelente para ganhar maior conforto no magnífico «tapete» do Estádio do Portimonense. Duas equipas com formas de jogar bem distintas, como foi possível perceber logo após o primeiro apito de João Pinheiro. Um Portimonense a procurar explorar os espaços vazios para ganhar velocidade, face a um Rio Ave que preferia construir jogo de baliza a baliza, de pé para pé.

Filipe Augusto recuava para se juntar aos centrais, na fase de construção, depois a equipa de Miguel Cardoso saía a jogar com um bloco muito compacto, com muitos jogadores num raio de trinta metros da bola, com passes curtos e progressão segura, mas lenta. O Portimonense, por seu lado, fechava-se bem a defender, mas depois desdobrava-se rapidamente para o ataque, com muitas mudanças de flanco, a solicitar a subida dos laterais, procurando a parte do campo que o Rio Ave deixava livre.

Os visitantes tinham mais bola, somavam mais remates e cantos, mas a verdade é que a primeira grande oportunidade foi dos algarvios. Passe longo de Anzai com Fabrício a surgir nas costas dos centrais e a rematar de primeira ao lado. Nesta altura, a equipa de Vila do Conde somava sete remates e cinco pontapés de canto, mas a melhor oportunidade era dos algarvios. O Rio Ave também teve perto de marcar, logo a seguir, num bom lance de Guga que, depois de combinar com Juninho Brandão, ficou apenas com Samuel pela frente, mas atirou ao lado, quando tinha Gelson Dala em boa posição para finalizar.

A fechar a primeira parte, nova oportunidade para o Rio Ave, num remate forte de Filipe Augusto, fora da área, mas à figura de Samuel. Uma primeira parte com poucas oportunidades, com pouco risco, com duas equipas mais focadas em não sofrer do que propriamente em chegar ao golo.

A segunda parte seguiu no mesmo tom, com o Rio Ave com mais bola e a pressionar mais junto à baliza de Samuel, mas com os algarvios a testarem transições rápidas. Duas equipas que continuavam encaixadas, sem correr riscos. Paulo Sérgio foi o primeiro a arriscar mudar, lançando Anderson para transformar o inicial 4x3x3 num 4x4x2, com Fabrício e Beto mais fixos na frente e com Aylton Boa Morte e Anderson sobre as alas. Miguel Cardoso reagiu, mas de forma mais conservadora, lançando Rafael Camacho para o flanco direito, para devolver Gelson Dala para o papel de ponta de lança.

O Portimonense voltou a estar perto do golo, num lance individual de Aylton Boa Morte, mas a verdade é que os riscos, de um lado e do outro, continuavam a ser mínimos. As equipas estavam, nesta fase, mais ofensivas, mas nunca descuraram a solidez defensiva. Novas oportunidades nos instantes finais do jogo. Rafael Camacho, na marcação de um livrem atirou a rasar a barra, mas Guga, com um remate fortíssimo, obrigou Kieszeck à defesa da tarde.

O nulo não se desfez e, assim, o Portimonense continua numa posição mais confortável, já com 34 pontos, enquanto o Rio Ave, com menos três, continua numa posição mais delicada, até porque tem um calendário muito exigente até ao final da época.

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