Contraciclo vincado. O Moreirense somou o quarto jogo sem vencer e o Rio Ave somou o quarto jogo sem perder. Depois do empate na receção ao FC Porto o Rio Ave venceu em Moreira de Cónegos (1-2) e mostra na reta final da Liga as potencialidades que lhe eram reconhecidas mas que tardaram a aparecer.
Nuno Santos e Gelson Dala apontaram os golos da terceira vitória em quatro jogos do conjunto de Vila do Conde, mostrando eficácia num jogo com poucos atributos. Ainda assim o Rio Ave foi mais pragmático, demonstrou mais argumentos na hora de visar a baliza adversária e acentuou a quebra do Moreirense.
No pior momento da época, a equipa de Ivo Vieira somou a terceira derrota seguida numa série de quatro jogos sem vencer, tornando aziago o jogo trezentos entre os grandes do futebol português. O Moreirense está em quebra, atravessa o pior momento da época e pode ver o quinto lugar ficar mais ténue.
Redes balançam entre o tédio
A tranquilidade dos dois emblemas nesta fase da temporada dava margem para que se disputasse um encontro interessante. Por outro lado a falta de objetivos vincados por parte de Moreirense e Rio Ave levou a que a falta de intensidade fosse uma realidade à flor do relvado.
Foi neste limbo que se jogou a abertura da penúltima jornada da Liga, com serenidade para assinar momentos como aquele em que Nuno Santos abriu o ativo, mas também com um ritmo demasiado frouxo para que este fosse um jogo eletrizante.
Sobraram os golos para dar umas pinceladas de alegria a um jogo pouco conseguido. Marcou primeiro o Rio Ave, por Nuno Santos, que após lesão tem demonstrado pontaria afinada. Que golo do extremo canhoto, de primeira, sem deixar a bola cair, a fazer um chapéu ao regressado Trigueira.
O Moreirense teve a resposta no pé direito de Pedro Nuno, que também num remate de Pedro Nuno após uma bicicleta falhada de Nenê, atirou a contar com o pé direito. Igualdade ao intervalo com o abanar das redes a ser uma espécie de antídoto para o tédio.
Transição fatal com sotaque angolano
Pedia-se mais para a segunda metade, mas a realidade é que o figurino pouco ou nada se alterou. Pouca intensidade, futebol pouco acutilante e tranquilidade de sobra por vezes a retirar lucidez.
Adiantou-se novamente no marcador o Rio Ave, a meio do segundo tempo, num lance puro de contra-ataque. Bruno Moreira ganhou no corpo a corpo com o diminuído fisicamente Halliche e lançou-se desenfreadamente pelo corredor esquerdo, esperando depois pelo melhor momento para servir Gelson Dala. O angolano limitou-se a encostar para o fundo das redes, com calma e eficiência, definindo aí o jogo.
A reação do Moreirense foi natural, Léo Jardim fez duas intervenções vistosas, é certo, mas o assédio do Moreirense nunca foi sufocante. Até o bombear de bolas para a área no final do encontro foi sempre controlado pelo Rio Ave.
O conjunto de Daniel Ramos está na melhor fase da época, joga com alegria e determinação. Estava guardado para o fim do campeonato o melhor Rio Ave. Cenário oposto em Moreira de Cónegos. O Moreirense de Ivo Vieira parece não dar para mais, continua dono e senhor do quinto lugar e continuará no final da jornada, mas tem menos margem de manobra.