Santa Clara-Benfica: fila de dois quilómetros «esgota» bilhetes - TVI

Santa Clara-Benfica: fila de dois quilómetros «esgota» bilhetes

Santa Clara

Reportagem da agência Lusa na baixa de Ponta Delgada

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A corrida aos bilhetes para o duelo entre Santa Clara e Benfica, jogo da 17ª jornada da Liga marcado para sexta-feira, gerou enorme confusão na baixa de Ponta delgada, em São Miguel, como constatou a agência Lusa.

Centenas de pessoas condicionaram, logo pela manhã, o trânsito naquela zona da cidade, muitas delas na esperança de assegurarem a compra de um bilhete para um confronto que já não se realizava há quinze anos.

João Agostinho, proprietário de um restaurante que fica localizado em frente à sede do Clube Desportivo Santa Clara, referiu à agência Lusa que está a gerir o negócio que herdou dos pais, há 50 anos, e nunca viu nada assim. «Quando se trata do Sporting e FC Porto há gente, mas não na quantidade que se vê à porta do estabelecimento».

Desde a época 2002/2003, a última vez que o Santa Clara esteve no principal escalão, que o Benfica não se deslocava a Ponta Delgada, e o encontro joga-se esta semana já depois FC Porto e Sporting já terem também passado pelos Açores, ambos vencendo o Santa Clara por 2-1.

Enquanto João Agostinho vai manifestando satisfação com as implicações com a fila de cerca de dois quilómetros para a compra de ingressos, os adeptos na fila estavam com o coração dividido entre os «encarnados» de Ponta Delgada e de Lisboa, tendo alguns deles faltado mesmo ao trabalho para assegurar o bilhete.

António Ponte, de 23 anos, há quatro horas na fila, está em São Miguel de férias, e espera que vença o Santa Clara na batalha de sexta-feira, não fosse ele do clube de Alvalade.

Já João Melo, motorista, é um benfiquista confiante que acha que «ainda é possível ser campeão”», apesar de seu amor pelos encarnados de Ponta Delgada. Mas é o «Benfica primeiro, acima de tudo».

Diana Ferreira, 25 anos, há três horas à espera, tem o coração depositado na vitória do Santa Clara, porque «é o clube dos Açores», e submeteu-se a uma fila de três para conseguir um ingresso para um amigo, que «está dividido».

Bruno Ponte, de 31 anos, pintor - que comemorou domingo duplamente a vitória do Benfica e o seu aniversário -, vai «perder o dia de trabalho» para estar na fila e, por mais que goste dos encarnados de Ponta Delgada, deseja que o Benfica ganhe para que seja outra vez campeão.

Para Aguinaldo Janeiro, de 40 anos, emigrado no Canadá, onde trabalha na construção civil, encontrando-se de férias na ilha, era importante que o Santa Clara vencesse, apesar de ser benfiquista, por ser o clube da sua terra.

O adepto benfiquista lamenta a antecipação do dia e hora da partida, o que inviabilizou a vinda a Ponta Delgada de uma «larga comitiva» de emigrantes de Toronto, no Canadá, para assistir ao jogo. «Não há voo, nem bilhete para eles. As agências venderam uns pacotes compostos por viagem e bilhete, arrecadaram o bilhete e não há jogo para eles porque não há ligação a tempo», afirma o emigrante açoriano.

Inúmeras pessoas queixaram-se, entretanto, do facto, de haver apenas um posto de venda instalado na sede do clube, defendendo a diversificação dos locais de compra de ingressos para evitar uma «situação caótica» que «não dignifica» o Santa Clara como clube de Liga.

Ao final da tarde, o clube açoriano informou que os bilhetes disponibilizados esta segunda-feira para o público em geral já «estão esgotados». Segundo declarações do diretor de comunicação do Santa Clara à agência Lusa, restam agora «apenas 500 bilhetes regulamentares» para serem vendidos, obrigatoriamente, no próprio dia do jogo nas bilheteiras do Estádio de São Miguel, em Ponta Delgada.

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