Rio Ave-Benfica, 0-1 (crónica) - TVI

Rio Ave-Benfica, 0-1 (crónica)

Onda mexicana para o tetra

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Há cerca de um ano, Raúl Jiménez saiu do banco de suplentes para garantir a vitória do Benfica em Vila do Conde. Desta vez, o mexicano jogou de início e marcou na mesma altura: ao minuto 73 a 24 de abril de 2016, ao minuto 75 a 7 de maio de 2017 (0-1).

Foi o primeiro jogo de Raúl Jiménez como titular na Liga em 2017 e o primeiro golo este ano. Nem precisaria de fazer mais. Chegou na altura certa para o líder.

Na época passada, o tento do avançado mexicano garantiu a vantagem sobre o perseguidor Sporting. Agora o principal adversário era o FC Porto, mas sem a mesma intensidade. Ficou a cinco pontos. Aliás, até o Benfica está uns furos abaixo (78 pontos contra os 82 à 32ª jornada da Liga 2015/16) mas isso pouco importa no caminho para o inédito tetra.

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Mais uma vez, uma vantagem mínima fez a diferença nas deslocações do Benfica nesta segunda volta. Assim foi nas visitas do Sp. Braga, ao Feirense, ao Moreirense e agora ao Rio Ave, entre empates com Paços de Ferreira e Sporting, num percurso iniciado com derrota em Setúbal.

Não é um líder confortável longe do Estádio da Luz mas as vitórias também se fazem de talento (como o enorme talento de Jonas) e algum sofrimento. Foi o melhor desfecho possível em Vila do Conde, aproveitando o que acontecera na véspera, possibiltando um festejo antecipado já na penúltima jornada, em casa, frente ao V. Guimarães.

O Rio Ave, por seu turno, atrasa-se na luta pelo sexto lugar, estando agora a três pontos do Marítimo.

O Benfica entrou em campo sabendo que o FC Porto falhara na Madeira, esvaziando a pressão que tentou criar para este encontro e deixando o tricampeão nacional a cinco pontos do tetra.

Rui Vitória deu a titularidade a Rafa e a Raúl Jiménez, por troca com Salvio e Mitroglou. Do outro lado, Luís Castro repetiu o onze que garantiu o triunfo no reduto do Nacional (0-2).

O empate do Marítimo frente ao FC Porto também mexeu com as contas do Rio Ave. Para chegar ao sexto lugar, que garante o acesso às competições europeias, a equipa de Vila do Conde teria de garantir os três pontos frente ao Benfica. Não conseguiu nem um.

A verdade é que a formação orientada por Luís Castro entrou bem, com um estilo de jogo muito caraterístico, carregado de personalidade, provocando erros defensivos do adversário nos minutos iniciais. Logo a abrir, Ederson saiu mal na sequência de um livre, Pizzi desviu para a sua baliza mas ainda conseguiu evitar o golo.

Com futebol curto e desejo de sair a jogar, mesmo perante o líder do campeonato, o Rio Ave também possibilitou ao Benfica ganhar algumas bolas em zona ofensiva. Aos poucos, a equipa encarnada foi-se aproximando da baliza de Cássio e criou oportunidades para chegar à vantagem.

Jonas (14m) e Nélson Semedo (31m), sobretudo, estiveram muito perto do golo. À meia-hora de jogo, num remate traiçoeiro do lateral direito, com a bola a embater na relva e a ganhar velocidade, valeu ao Rio Ave a grande intervenção do seu guarda-redes.

Não era, ainda assim, produção suficiente para justificar de forma clara a posição de vencedor ao intervalo. O Benfica, aliás, sentiu isso mesmo e entrou com outra mentalidade para a etapa complementar, carregando como raramente o fizera até então.

 

Abre-se um pequeno capítulo para o árbitro. Na reta final da primeira parte, parece ter ficado penálti por marcar de Rafa sobre Rafa Soares. Ao minuto 48, foi Nélson Semedo a reclamar grande penalidade em lance com Héldon e Rafa Soares. João Pinheiro mandou seguir. Pelo meio existiram outros focos de polémica, na fase mais feia do encontro, mas felizmente houve também bom futebol.

Cássio opôs-se da melhor forma a um remate de Raúl Jiménez e, na resposta, Héldon desperdiçou uma oportunidade flagrante para a equipa de Vila do Conde. O extremo fugiu na meia esquerda, Luisão ficou a ver e valeu ao Benfica a falta de pontaria contrária na hora do remate.

Luís Castro tinha mexido pouco antes, trocando o desinspirado Gil Dias por Rúben Ribeiro e a verdade é que o Rio Ave foi mais perigoso a partir dessa altura. Rui Vitória respondeu com Salvio no lugar de Rafa, viu Tarantini atirar ligeiramente ao lado.

Essa postura da formação local, cada vez mais ofensiva, acabou por ser contraproducente. O Benfica responderia em contra-ataque, arma letal, com Jonas a servir Salvio na meia esquerda e este a abrir para o isolado Raúl Jiménez. Em posição frontal, o mexicano dominou e resolveu.

O tricampeão procurou a partir daí gerir a vantagem, como seria de esperar. Rui Vitória reforçou o miolo com a troca de Jonas por Samaris, segundos após um encosto de cabeça de Lionn que irritou o avançado e motivou troca de palavras com elementos do banco contrário.

Já ao cair do pano, a fortuna protegeu o Benfica. Gonçalo Paciência não conseguiu aproveitar uma confusão na área para fazer o empate, atirando ao poste. Na recarga, Héldon rematou incrivelmente por cima. Curiosamente, jogadores cedidos por FC Porto e Sporting. Nem esses travaram o líder, que fica a dois pontos do título.

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