Benfica-Famalicão, 2-0 (destaques) - TVI

Benfica-Famalicão, 2-0 (destaques)

Vertonghen e Gil Dias no Benfica-Famalicão (Manuel Almeida/LUSA)

Um perigo para a águia após a criação de Everton

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A figura: Gil Dias

Uma dor de cabeça assim que o Famalicão começou a ter bola. Teve oportunidades para marcar na Luz e relançar o jogo e até no deserto famalicense do primeiro tempo foi ele quem acertou no poste. Faltou-lhe a eficácia, apenas. Pode parecer estranho surgir aqui numa vitória do Benfica, mas em termos individuais a melhor exibição individua na Luz, nesta noite, foi dele. Isto apesar do esforço de Otamendi e do desequilíbrio que Everton meteu no jogo com aquela criação inicial.

O momento: minuto 3

O Benfica entrou para o jogo a viver uma crise de resultados, uma ausência de golos – não marcava há dois jogos – e, acima de tudo, precisava de algo que serenasse a equipa e lhe devolvesse a confiança. Nesse sentido, o golo de Darwin foi a melhor notícia possível para o universo encarnado.

Outros destaques

Taarabt

Criatividade é com ele e o marroquino está com vontade também de emprestar músculo. Esteve nos dois golos, no passe para Everton antes de Everton passar para Darwin e no remate que levou a bola de Luiz Júnior para Otamendi. No resto, tentou sempre levar a equipa para a área, mas se o Benfica não consegue ser constante em 90 minutos, Taarabt também não.

Everton

O brasileiro é um caso estranho. Tanto dribla adversários em espaços pequenos e ganha terreno, como é inconsequente nas ações. Outra vez à direita, jogou ali muito tempo com o V. Guimarães, foi ele quem começou por desequilibrar o jogo. Um lance em parceria com Taarabt que redundou no 1-0, com a quinta assistência de Everton no Benfica. Foi uma jogada determinante no encontro, foi uma criação individual que Darwin concluiu. No resto, lutou, teve pormenores que demonstram que aquilo que fez aos três minutos pode fazer mais vezes, mas, lá está, estranhamente ainda não o conseguiu com cadência suficiente. Ainda assim, deixou marca no jogo.

Darwin

Uma capacidade física incrível, uma velocidade que continua a deixar adversários para trás, um pontapé forte, mas uma tomada de decisão que lhe retira golos a ele e, sobretudo, à equipa. Darwin surge muitas vezes em boa posição para definir os lances ofensivos do Benfica e, nesta noite, isso voltou a suceder. Mas depois daquela imagem de um lance em Alvalade, o uruguaio voltou a ter más opções e isso é muito mais problemático do que o 3-0 que falhou à boca da baliza. Fora de ironias, está em processo evolutivo, tem de melhorar a técnica, mas é sobretudo no que decide fazer em que tem de crescer. Se assim o conseguir, a capacidade física que tem dá-lhe o resto. Apontou o 10.º golo pelos encarnados.

Otamendi

Num onze só de estrangeiros, o argentino levou a braçadeira para campo e autoridade também. Na defesa, esteve mais certo do que Vertonghen, mas foi antes de se poder dizer tal coisa que deixou a marca na partida: ao 19.º jogo, estreou-se a marcar pelo Benfica. No plano individual, está bem mais longe daquele início errático que teve quando se mudou do Manchester City para a Luz. A imagem de Otamendi a correr atrás de Ruben Vinagre até pode ser interpretada de outra maneira, mas esta também é possível: nunca desistiu, mesmo quando a derrota [naquele lance específico] se anunciava. Otamendi perdeu a corrida, mas o Benfica ganhou um pontapé de baliza, porque o argentino esteve perto o suficiente para incomodar Vinagre. Uma espécie de lance que espelha o esforço e a liderança do argentino, nem sempre com a melhor opção – como o resto da equipa -, mas nunca de braços caídos.

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