Um golo solitário de Licá, em cima do intervalo, deu a vitória ao Belenenses na receção ao Desp. Chaves, esta tarde, no Jamor.
A formação de Belém não foi brilhante, muito longe disso, mas fez-se valer da maior eficácia demonstrada e da intranquilidade evidente dos homens de Trás-os-Montes, que continuam afundados na tabela classificativa.
Os pupilos de Silas aproveitaram aliás essa intranquilidade para afastar os «fantasmas» caseiros que os têm impedido de triunfar no Jamor, a casa emprestada desta época, e somaram a segunda vitória em casa da temporada, depois de terem ganho ao Benfica.
Sem vencer para a Liga deste setembro, o conjunto de Daniel Ramos estava claramente sob pressão para esta partida, mas até entrou melhor na partida. Logo aos oitos minutos, por exemplo, Avto surgiu isolado perante Muriel, mas o guardião respondeu com uma mancha à altura.
O Belenenses ia, aqui e ali, demonstrando alguma iniciativa para chegar ao golo, principalmente pela irreverência de Diogo Viana, mas era o Desportivo a mostrar mais veneno na hora de chegar à baliza.
A barra que tudo mudou
Aos 24 minutos surgiu a melhor oportunidade para o Chaves em todo o encontro, com o remate de Ghazaryan a embater na barra, e o estrondo da bola a embater no ferro acordou a formação da casa.
A partir daí, o Belenenses tentou pegar mais no jogo, mas mostrava algumas dificuldades para fintar a subida linha defensiva do adversário, que obrigava Licá a cair demasiadas vezes em fora-de-jogo. André Santos percebeu que os caminhos para a área estavam difíceis de desbravar e tentou a sorte de longe, obrigando Ricardo a uma bela intervenção, num prenúncio do que aí vinha.
Em cima do intervalo, o Belenenses insistiu e conseguiu mesmo chegar ao golo: Licá surgiu solto na área e bateu Ricardo. Recompensa para aquele que tinha sido o homem mais irrequieto dos azuis.
Na segunda parte, e em desvantagem, o Belenenses inclinou o tabuleiro para o seu lado. O Desp. Chaves, claramente a atravessar uma má fase, esteve sempre muito intranquilo durante os segundos 45 minutos e não conseguiu esconder a falta de confiança, apesar da alma demonstrada.
Com o adversário balanceado para o ataque, a formação de Belém foi tendo cada vez mais espaço para matar o adversário no contra-ataque, mas foi desperdiçando várias oportunidades.
Quem não marca sofre e o Belenenses esteve perto de o descobrir da pior maneira
Ora, diz o ditado que quem não marca sofre, e o Belenenses esteve perto de levar um pastel amargo para casa. Já nos descontos, e numa fase em que o Chaves apostava tudo no ataque, a bola sobrou para André Luís e o avançado, com um remate porventura demasiado colocado, atirou em cheio no poste, num lance que levou Daniel Ramos ao desespero.
No fim de contas, o pé direito de Licá afundou ainda mais o navio flaviense, que segue como lanterna vermelha do campeonato, e permitiu ao Belenenses colar-se aos lugares europeus. André Luís ainda teve a possibilidade de levar um ponto para Trás-os-Montes nos instantes finais, mas o seu pé direito espelhou bem a fase que o Desp. Chaves atravessa.