Benfica-Anderlecht, 1-2 (destaques) - TVI

Benfica-Anderlecht, 1-2 (destaques)

Os últimos dez minutos de Jonas e um Chiquinho que não estava no guião

Figura: Jonas, quem mais?

A figura estava escolhida antes do jogo começar, admitimos, mas esta noite era incontornável. Foram os últimos dez minutos de um jogador que deixou marca no futebol português. Dez minutos em que Jonas, mesmo sem treinar, entregou-se por completo ao jogo, como sempre lhe foi habitual. Dez minutos em que exibiu a sua boa técnica, com rápidas combinações, e em que até teve uma oportunidade para marcar, recebendo uma bola numa zona onde costuma ser letal, mas os centrais do Anderlecht negaram-lhe a glória suprema. Logo a seguir foi substituído pelo franzino Tiago Dantas, com praticamente metade da idade. Uma tremenda ovação fez o avançado despir-se do profissionalismo com que tinha entrado em campo, ceder à emoção e cair nos braços de Rui Costa. O número 10 fica, para já, sem herdeiro na Luz.

Positivo: Chiquinho entrou e marcou

Uma entrada em campo que não estava no guião, mas o médio que foi resgatado ao Moreirense acabou por agarrar a oportunidade com as duas mãos. Entrou numa substituição forçada para render o lesionado Jhonder Cádiz e encaixou que nem uma luva na equipa. Jogou entre linhas, abriu brechas e marcou um golo. Marcou já depois de ter atirado ao poste, num lance em que a Luz gritou «golo» em uníssono. Na foi, mas foi logo a seguir. Grande passe de Nuno Tavares, com Chiquinho a aparecer no sitio certo para uma finalização fácil. Neste caso, restam poucas dúvidas, Chiquinho é mesmo reforço.

Negativo: lesão de Jhonder Cádiz

Esteve apenas doze minutos em campo, com pouco para mostrar. Ainda ensaiou uma arrancada e um remate sem a melhor direção e, à segunda investida, lesionou-se. Saiu desolado, com queixas no joelho esquerdo.

Outros destaques: confira a FICHA DO JOGO

Jota

Boa entrada de Jota, um dos jovens que transitam da época passada. Entrou cheio de energia para a segunda parte e, por momentos, levou a equipa atrás de si. Jogou, fez jogar e, em poucos minutos, somou dois remates. No primeiro, a passe de Pizzi, atirou por cima, no segundo, na recarga a um primeiro remate de Chiquinho, obrigou David Roef à defesa da noite. Tudo isto em menos de trinta minutos.

Nuno Tavares

Outro jovem, este acabado de chegar da formação, a dar cartas na primeira oportunidade. Esteve nos lances mais vistosos do ataque do Benfica, incluindo a assistência para o golo de Chiquinho. Tem um potencial enorme.

Tiago Dantas

O mais jovem das novas caras do Benfica, com apenas 18 anos. Teve a honra de substituir Jonas, entrando direitamente para o flanco direito na primeira parte do jogo. Franzino, mostrou alguns bons pormenores técnicos, mas pouco mais, até porque esta foi a altura que o Benfica mostrou menos acerto.

Caio Lucas

Boa técnica, como brasileiro que é, mas falta-lhe capacidade de explosão e integrar-se nos processos defensivos porque, a verdade, é que Grimaldo, no seu flanco, passou por muitas dificuldades ao longo da primeira parte. Ainda assim, arrancou um cruzamento para o segundo poste e teve uma oportunidade soberana para marcar. Arrancou com a bola colada aos pés, percorreu meio campo, ao som de um burburinho crescente, mas, já na área, demorou uma eternidade a armar o remate e acabou por acertar num adversário, quando tinha tempo e espaço para fazer bem melhor.

Raúl de Tomás

Tem um remate forte, mas falta-lhe calibrar a pontaria. Mostrou-se pela primeira vez quando tentou surpreender o guarda-redes com um longo chapéu, mas não lhe saiu bem. Depois ainda tentou um remate do lado direito que lhe saiu potente, mas também sem a melhor direção. 

Salvio

Ainda sem André Almeida e Ebuehi disponíveis, o extremo argentino foi finalmente adaptado a lateral. Uma possibilidade que já tinha sido equacionada muitas vezes, mas raramente testada. Adaptou-se bem a um flanco que conhece bem, mas foi muitas vezes matar saudades lá à frente, deixando Tiago Dantas nas costas para procurar a linha de fundo. Foi o único jogador que transitou para a segunda parte, mas também acabou por ser substituído, a quinze minutos do final, esgotado.

Jéremy Doku

A formação do Anderlecht, a par da do Benfica, também tem pergaminhos e este jovem extremo, com apenas 17 anos, é um bom exemplo disso. Foi um verdadeiro pesadelo para o Benfica ao longo de toda a primeira parte, com constantes investida sobre o flanco direito, surgindo muitas vezes nas costas de Grimaldo para ganhar a linha de fundo. Foi numa dessas investidas que «inventou» o primeiro golo do jogo. Voltou a assustar no início da segunda parte com mais um lance individual. É um jogador a acompanhar ao longo da próxima época.

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