Sporting-Santa Clara, 1-0 (crónica) - TVI

Sporting-Santa Clara, 1-0 (crónica)

Jovane não amuou e resolveu

Jovane Cabral voltou a ser determinante no Sporting, com o quinto golo deste a retoma, e desembrulhou um jogo que chegou a parecer complicado para o Sporting. Uma excelente reação do jovem avançado que jogou «por castigo» imposto por Rúben Amorim, depois do desentendimento com Acuña no final do jogo com o Moreirense, marcando o golo que reforça o terceiro lugar dos leões. O lateral argentino, o outro «castigado» pelo treinador, voltou a ver um cartão amarelo e falha o clássico do Dragão.

Rúben Amorim promoveu alterações na defesa e, sobretudo, no meio-campo, com destaque para a estreia de Doumbia sob o seu comando e para o regresso de Wendel às primeiras opções, mas manteve no onze, em forma de «castigo», Acuña e Jovane Cabral, com o argentino a jogar no tridente mais recuado e o avançado a manter a posição no ataque.

Os leões ganhavam poder de combate com a presença do costa-marfinense e, em teoria, maior criatividade com a presença do brasileiro, mas foi nesse sector que a equipa sentiu mais dificuldades na primeira parte. A equipa de Rúben Amorim, com mais bola, até ganhava facilmente profundidade, com Ristovski e Nuno Mendes muito ativos nos corredores, mas depois não conseguia criar desequilíbrios na zona central, com Sporar completamente sob controlo da defesa açoriana.

João Henriques promoveu apenas duas alterações em relação ao desaire com o Marítimo, lançando Lincoln e Sanusi, mas também manteve a habitual estrutura intacta, apostando forte no controlo da zona central e empurrando os leões para as faixas laterais.

Não foi por acaso que as primeiras oportunidades do Sporting tenham surgido de remates cruzados das alas, de Ristovski, Plata e Jovane, ou em situações de bola parada. Neste último caso, os leões até chegaram a festejar um golo, ao minuto 25, na sequência de um pontapé de canto, com Coates a cabecear para defesa apertada de Marco e Doumbia a marcar na recarga, mas o árbitro detetou uma falta do central uruguaio [duelo constante com Mamadou Candé] e anulou o lance.

O Santa Clara susteve as primeiras investidas dos leões e foi ganhando confiança para ensaiar as primeiras transições e, numa delas, aos 32 minutos, também marcou, por Thiago Santana, mas o avançado estava adiantado e também não valeu. A primeira parte chegou ao fim com mais uma oportunidade clara para cada lado. Sporar esteve muito perto de marcar ao meter um pé a um pontapé de Marco, com a bola a passar perto do poste, mas o Santa Clara também podia ter marcado, com Santana a não chegar a um cruzamento perfeito de Lincoln por poucos centímetros.

O Sporting precisava mudar para o segundo tempo e, mesmo sem a introdução de novos jogadores, mudou mesmo, com Rúben Amorim a retificar o que não estava obviamente a correr bem. Os leões entraram mais pressionantes e, desta vez, começaram encontrar espaços para as entradas de Plata e, sobretudo Jovane, na área, com uma maior movimentação do tridente da frente. A verdade é que o Santa Clara esteve vários minutos sem conseguir sair do seu reduto, limitando-se a tentar manter a bola longe da zona de finalização.

Quando parecia que o Sporting ia voltar a adormecer, o «castigado» Jovane voltou a despertar a equipa com o primeiro golo do jogo. Grande trabalho de Wendel que tirou dois adversários da frente e cruzou para o avançado que se esticou todo para, nas costas de Rafael Ramos, atirar a contar com o pé esquerdo. Um belo golo por sinal, o quinto de Jovane desde a retoma [sexto na Liga] a dar uma nova vida ao leão que podia ter voltado a marcar logo a seguir, com mais duas oportunidades claras do endiabrado Jovane.

Um daqueles golos que mudou radicalmente o jogo. João Henriques mudou de imediato a equipa, arriscando mais, com duas alterações que deram um maior cariz ofensivo à equipa, para procurar o empate, enquanto os leões passavam a ter mais espaços para atacar, num jogo bem mais aberto do que tínhamos visto até aqui.

Rúben Amorim também rejuvenesceu o onze, com Tiago Tomás [segunda oportunidade] a render Sporar na frente e Matheus Nunes a substituir o «amarelado» Doumbia.

Apesar de tudo, os minutos correram céleres, entre substituições, para o final, mas o Sporting assegurou o essencial, mais três pontos, reforçando o terceiro lugar [matematicamente ainda pode chegar ao segundo lugar], antes do Sp. Braga entrar em campo em Paços de Ferreira.

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