Boavista-FC Porto, 0-1 (crónica) - TVI

Boavista-FC Porto, 0-1 (crónica)

Um Porto sentido

O FC Porto venceu o dérbi da cidade Invicta com um golo solitário de Alex Telles, ao 9.º minuto de jogo, mantendo a distância para o líder Benfica. Sérgio Conceição avisava, antes de ser tornado público o caso de indisciplina no plantel, que era preciso «sentir o clube» e foi isso que se viu naquele pontapé de Alex Telles, um grande golo por sinal, seguido de uma celebração coletiva, dos que restaram e daqueles que comprovaram a profundidade do plantel azul e branco.

A equipa portista colocou-se precocemente em vantagem mas fez por merecer esse cenário, com atitude e suor, perante um Boavista que não demonstrou argumentos para contrariar a superioridade do adversário ao longo do encontro, sobretudo na etapa complementar.

O FILME DO JOGO

Boavista e FC Porto vinham de derrotas com pesos diferentes. Para a formação axadrezada, uma das últimas na Europa a subsistir sem desaires no respetivo campeonato, o resultado negativo em Setúbal não apagou o que de bom tinha sido feito até então. Do lado portista, a realidade era diferente.

Os dragões apresentaram-se no dérbi após a segunda derrota na fase de grupos da Liga Europa, frente ao Rangers, e as más notícias não ficaram por aí. Sérgio Conceição perdeu Pepe, devido a lesão, e teve de reagir a uma infração do regulamento interno por parte de quatro jogadores: Marchesín, Saravia, Uribe e Luis Díaz foram afastados da convocatória após uma festa que se prolongou para lá da hora do recolher obrigatório.

O treinador do FC Porto demonstrou pulso firme e entregou a titularidade a três jogadores que ainda não tinham conhecido essa realidade na Liga: Diogo Costa, Loum e Fábio Silva juntaram-se a Moussa Marega, que falhara os últimos quatro compromissos da equipa.

No Boavista, com Lito Vidigal de regresso ao banco de suplentes após cumprir castigo, as novidades começaram igualmente na baliza, com Bracali a recuperar as redes que tinham sido ocupadas por Hélton Leite no Bonfim. O experiente guarda-redes, porém, não se conseguiu opor ao grande remate de Alex Telles, ao nono minuto de jogo, que inaugurou o marcador.

Após um corte da defensiva axadrezada, Alex Telles recebeu a bola ainda fora da área, encheu o pé esquerdo e rematou cruzado, a meia altura, para um golo de belo efeito. Foi o terceiro tento do lateral brasileiro esta época, o terceiro fora de casa (depois de Barcelos e Portimão) e a celebração teve enorme carga simbólica: Alex Telles chamou a equipa para um abraço de grupo, junto ao banco de suplentes.

O Boavista, que voltou a apostar num sistema com três homens no eixo defensivo, viu um deles falhar a melhor oportunidade dos locais na primeira parte. Na sequência de um pontapé de canto e de um primeiro desvio de Rafael Costa, o experiente Ricardo Costa chegou ligeiramente atrasado e não conseguiu rematar com a melhor direção (27m). Pouco antes, tinha sido Marcano a cabecear a centímetros do poste da baliza do Boavista, a passe de Loum.

O FC Porto esteve por cima durante largos períodos e Lito Vidigal respondeu apenas ao minuto 70, com a troca de Heriberto por Yusupha, sem desfazer o quinteto defensivo. Aliás, manteve essa lógica até final. Após a primeira substituição do encontro, foi Loum a ficar muito perto do 0-2, atirando de cabeça ao lado, e Bracali a voar para evitar o golo após remate de Marega, numa jogada que seria anulada por falta do maliano.

A equipa de Sérgio Conceição esteve invariavelmente mais perto do golo que o Boavista e o jovem Diogo Costa teve um final de noite relativamente tranquilo. Do outro lado do campo, foi Zé Luís a ver o poste negar-lhe a celebração e a machadada final no dérbi, já em período de descontos, após bom lance individual na área.

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