Marítimo-Sp. Braga, 1-0 (crónica) - TVI

Marítimo-Sp. Braga, 1-0 (crónica)

  • Raul Caires
  • no Estádio dos Barreiros, no Funchal
  • 11 dez 2017, 23:41
Marítimo-Sp. Braga (Lusa)

Arsenalistas falham ataque à fortaleza madeirense

Não há volta a dar. São 23 jogos consecutivos sem perder em casa para o Marítimo de Daniel Ramos. O Sp. Braga tentou de tudo, sobretudo na primeira parte, que dominou e na qual fez o suficiente para ir para o intervalo a vencer. Mas pecou na finalização, uma deficiência que não atingiu os madeirenses quando chegou a sua vez de atirar à baliza de Matheus.

No primeiro remate enquadrado com os postes bracarenses, e num lance de bola parada, apareceu o central Zainadine a fazer toda a diferença e o resultado: 1-0 que os homens de Abel Ferreira demoraram a acreditar que era verdade e que pouca cabeça revelaram possuir para o desfazer.

Os quatro pontos que separavam ambas as equipas na tabela classificativa, foram agora reduzidos para um, porque os arsenalistas falharam o ataque à fortaleza madeirense.

O primeiro quarto de hora deixou desde logo antever que o jogo ia ser bem disputado. Com muita garra e intensidade. E assim foi. O Sp. Braga entrou nos Barreiros disposto a dominar, como aliás procura sempre fazer, e também porque talvez estaria à espera que a equipa de Daniel Ramos, como é de seu timbre, fosse ceder quase toda a iniciativa ao adversário para apostar no contragolpe ou nas transições rápidas.

Os bracarenses conseguiram mais posse de bola, procurando construir em ataque continuado, mas a réplica dos madeirenses baralhou um pouco as contas da habitual estratégia de Abel. Pelo menos até perto da meia hora de jogo.

Após este período de parada e resposta, com ambas as equipas a saírem-se bem na destruição do jogo ofensivo do adversário, pressionando com sucesso e com muita garra em quase todo o campo, o Sp. Braga começou a sobressair nas transições rápidas. Mas também no capítulo da má finalização.

Aos 32 minutos, um cruzamento desenhado desde a esquerda por Jefferson foi ter com Esgaio, mas valeu a pressão de Charles, que saiu rápido de entre os postes e dificultou e levou o médio a atirar por cima.

Foi o primeiro sinal de grande perigo. Cinco minutos depois, o ex-verde rubro Dyego Sousa e Fábio Martins falharam ambos frente a Charles, que acabou por ser salvo por Bebeto, que manteve o nulo após afastar o esférico já quase em cima da linha de golo.

Sucederam outros lances com menor perigo, que expuseram um Marítimo algo desconcentrado e permissivo, mas com o aproximar do intervalo, o Sp. Braga baixou de intensidade, até porque o bloco madeirense acabou por recuar no terreno para tentar suster melhor as investidas rápidas dos «guerreiros do Minho».

O nulo ao intervalo teve um sabor especial para a equipa da casa, uma vez que apesar de em alguns momentos do jogo ter mostrado que podia jogar de igual para igual, só em lances de bola parada e com recurso à meia distancia foi capaz de chegar à área de Matheus, que não esboçou uma única defesa nos primeiros 45 minutos.

No regresso das cabines, o Sp. Braga entrou a todo o gás e logo no minuto 46 quase inaugurou o marcador. Numa jogada rápida, Xadas amorteceu de peito para um disparo de Danilo à entrada da grande área. Só que Charles, com uma defesa daquelas que fica bem em qualquer fotografia, defendeu a custo para canto.

Adivinhava-se mais Sp. Braga, mas o lance não fez o Marítimo tremer. Edgar Costa respondeu depois, novamente fazendo uso da meia distância. Mas a reviravolta no rumo do jogo estava destinada a surgir num lance de bola parada.

Aos 54 minutos, o capitão madeirense bateu um livre desde a direita, ainda algo distante da quina da grande área bracarense, no interior da qual apareceu o central Zainadine Júnior cabecear para o golo. Balde de água fria nas hostes bracarenses!

A desvantagem caiu mal, muito mal no conjunto de Abel Ferreira, sobretudo em Raul Silva, que originou a falta que deu o livre do golo. Os bracarenses procuraram reagir, mas antes que começassem a fazê-lo com mais eficácia, ainda tiveram de suportar novo calafrio.

Aos 65 minutos, na sequência de uma jogada de insistência decorrente de um canto, Matheus evitou o segundo da equipa da casa após um remate de Fábio Pacheco já em plena grande área.

Ainda havia muito tempo para jogar, mas foi só aos 83 minutos que os bracarenses lograram produzir um lance de perigo real. Um remate de Fábio Martins, fora da área desviou num defesa e sobrou para Hassan, por sua vez viu o seu remate ser travado por Zainadine, já estendido no chão. A bola ainda sobrou para Dyego Sousa, mas este, quase com a baliza escancarada, atirou muito ao lado...

Nada corria bem em frente à baliza. Nem ao Marítimo, já que no minuto 90, Everton, que havia entrado para render Rodrigo Pinho, atirou à malha lateral após surgir na área bracarense após uma transição rápida.

Os nervos estavam à ‘flor da pele’ e ainda ganharam ainda mais intensidade quando mesmo em cima do apito final, Fábio Martins caiu na área do Marítimo num lance em que Ibson parece ter cometido falta. O fim da partida já estava decretado, mas os bracarenses entraram em campo e rodearam Rui Costa, que não voltou atrás

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