Marítimo-Sporting, 2-1 (crónica) - TVI

Marítimo-Sporting, 2-1 (crónica)

  • Raul Caires
  • Estádio dos Barreiros, no Funchal
  • 13 mai 2018, 20:39

Nem os milhões alimentaram a alma de um leão doente

Pior final de jogo e de época era impossível imaginar para o Sporting. Sem garra e muito confuso em todos os seus processos revelou-se, este domingo, uma presa algo fácil para um Marítimo pragmático e personalizado. Com armas tão diferentes, tendo em conta o valor financeiro de cada equipa, a vitória por 2-1 dos madeirenses assenta com toda a justiça. Aos lisboetas faltou quase de tudo, principalmente lucidez, o que não faltou à equipa da casa.

Os leões das ilhas entraram em campo com a ambição de averbar um resultado capaz de maquilhar uma época que correu menos bem em termos de objetivos, entre os quais se destaca o não apuramento para a Liga Europa. Já os leões de Alvalade aspiravam aos milhões do segundo lugar, que garantia o acesso à 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões da próxima época.

Objetivos díspares mas suficientes para garantir espetáculo sobre o relvado e empolgar as bancadas quase lotadas do Caldeirão dos Barreiros. Foi o que aconteceu.  

Como esperado, a equipa de Jorge Jesus assumiu as rédeas do jogo, beneficiando, contudo, com o beneplácito dos homens orientados pelo seu homólogo, Daniel Ramos. O Sporting procurava a pressão alta para manter uma posse de bola regular, enquanto que o Marítimo, com um bloco baixo, esperava pacientemente pelo espaço para lançar transições rápidas.  

FICHA DE JOGO E A PARTIDA AO MINUTO

O primeiro momento de algum perigo surgiu aos 11 minutos. Bruno Fernandes, já no interior da grade área, foi assistido de primeira por Bas Dost, mas rematou para defesa atenta de Amir, na sequência de um ataque bem conduzido pela esquerda. O Sporting prometia intensificar a pressão, mas ao fazê-lo começou a abrir o tal espaço que Marítimo tanto ansiava. Aos 18, o Marítimo conseguiu responder. Na sequência de um canto, o esférico sobra para Gamboa que sem perder tempo atirou à baliza. Valeu Battaglia, que ofereceu o corpo em zona central da grande área.

Até à meia o jogo foi morno, sem grande critério e qualidade de parte a parte. Mas eis que chegaram dois golos no espaço de dois minutos. 

Aos 31, Joel marcou o seu nono golo na I Liga. Edgar Costa bateu um livre na direita e o avançado camaronês cabeceou para o 1-0, num lance em que Coentrão – que originou a falta - e Coates, mais deslocado, ficaram a ver.

Mas a grande festa dos adeptos da casa esmoreceu logo de seguida. Sem tempo para tremer, o Sporting reagiu com Gelson Martins a desenhar um passe rasteiro, Bas Dost aproveitou uma bola que parecia perdida, e atirou muito colocado e sem força para o fundo das redes de Amir.

Até ao intervalo, foi possível ver mais intensidade de parte a parte, mas também foi notório que ambas as equipas optaram por não arriscar em demasia. O perigo rondou ambas as balizas, mas quando soou o apito para o descanso, quase que se podia dizer que todos estavam interessados e deixar a decisão do jogo para a etapa complementar.

CLASSIFICAÇÃO FINAL DA LIGA

Parecia, pois do plano das intenções à prática, pouco se viu, pelo menos até à entrada para o minuto 70. Reatada a partida, o Marítimo surgiu mais confiante no seu processo defensivo, enervando ainda mais os jogadores do Sporting e obrigando-os a sucumbir à pressão avassaladora dos milhões da ‘Champions’.

Cumpridos 35 minutos do segundo tempo, e já com Bryan Ruiz e Montero em campo, por troca com Fábio Coentrão e Battaglia, a equipa leonina destacava-se pelos muitos erros cometidos, tanto no meio campo como na defesa, e que permitiram ao Marítimo ameaçar Rui Patrício num par de ocasiões. Pelo meio, apenas uma bomba de Bruno Fernandes, que passou a arrasar o barra de Amir, encantou os adeptos leoninos.  

Com o aproximar do final da partida, Jorge Jesus ainda lançou Doumbia, para o tudo o nada, enquanto Daniel Ramos foi forçado a lançar Diney devido a queixas físicas de Bebeto. Mas estava destinado que nada ia correr bem aos lisboetas, que continuaram sem critério e argumentos para contrariar o jogo dos insulares.

O golpe de graça surgiu aos 90+2. Um remate fraco de Ghazaryan, mas desferido com muita crença, surpreendeu Rui Patrício, que apesar de ter tocado na bola ficou muito mal na fotografia.
 

Nem os milhões alimentaram a ambição deste pobre Sporting.

 

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