Rio Ave-Sporting, 1-2 (crónica) - TVI

Rio Ave-Sporting, 1-2 (crónica)

Manter o apetite português entre a salada russa

O Sporting continua a partilhar a liderança da Liga, agora a dois com o FC Porto (Arouca ficou pelo caminho). Vitória difícil mas importante em Vila do Conde, onde morou um Rio Ave errático e sem argumentos suficientes para anular a desvantagem da primeira parte.

Adrien Silva colocou os leões a vencer e Slimani dilatou a vantagem a caminho do intervalo. A história não acabaria por aí, Yazalde viria a relançar o jogo mas não chegou para evitar o triunfo do Sporting.

Um bom resultado num terreno complicado, onde poucos conseguirão os três pontos. Cumpriu-se o objetivo sem uma exibição imaculada.

Entre a despedida da Liga dos Campeões e a entrada na Liga Europa, com adversários de Moscovo a preparar uma salada russa (primeiro o CSKA, agora o Lokomotiv), o Sporting precisava de demonstrar a sua competência num par de deslocações para o campeonato português, mantendo o apetite nas competições domésticas. E assim fez.

Após a vitória em Coimbra (1-3), algo distante perante a pausa para as seleções nacionais, os leões surgiram em Vila do Conde com nova roupagem e idêntica mentalidade.

DESTAQUES: Slimani a dar voltas à cabeça

Uma série de mudanças e os problemas na defesa

Aquilani e Bryan Ruiz surgiram no onze, por troca com João Mário e Carlos Mané. Para além disso, Jorge Jesus manteve a aposta em Ricardo Esgaio, deixando o regressado João Pereira no banco. Seria por ali que o Rio Ave viria a criar grande parte dos seus lances de perigo, na etapa inicial.

Pedro Martins perdera Filipe Augusto (transferido para o Sp. Braga), Héldon (impedido de defrontar o Sporting) e Guedes (por lesão). O técnico teve de mudar meio-campo e ataque mas não contaria com a tendência fatalista da sua equipa, que acumulou erros no processo defensivo e chegou ao intervalo com desvantagem de dois golos.

O Sporting entrou melhor no jogo e agradeceu uma imprudência de Wakaso, a caminho do 10º minuto. Após cruzamento, o médio tentou cortar de cabeça, terá fechado os olhos e a bola bateu-lhe no braço, que se encontrava afastado do corpo. Grande penalidade bem assinalada.

Adrien Silva, após castigo máximo falhado em Coimbra, avançou para a marca com a bênção de Jorge Jesus e bateu de forma irrepreensível, enganando Cássio.

O golo sofrido de forma precoce despertou o Rio Ave e a equipa local arrancou para uma dezena de minutos de produção interessante, com a tal exploração privilegiada do flanco esquerdo. Carrillo não apoiou Esgaio e este perdeu vários duelos com Marvin. Seria o holandês, aliás, a ter a melhor oportunidade para o 1-1, mas a bola foi devolvida pelo poste.

Sporting a cavar o fosso quando Rio Ave tentava responder

Logo depois, o Sporting marcaria novamente. Castigo pesado para a formação vila-condense. Cruzamento de Jefferson na esquerda, falha tremenda de Cássio, a bola a desviar em Vilas Boas e a subir à medida da cabeça de Slimani.

Eficácia tremenda da equipa de Jorge Jesus, Bryan Ruiz a negar o golo a Wakaso em cima do intervalo e uma inesperada sensação de conforto para os leões no regresso aos balneários. Vantagem justa mas exagerada.

Pedro Martins tentou agitar com o veloz Kayembé, cedido pelo FC Porto, a entrar para o centro por troca com o criativo Renan Bressan. O treinador apostava na vertigem, um pouco à imagem do estilo preconizado por Jorge Jesus.

O técnico leonino respondeu com uma hora de jogo, abdicando de Bryan Ruiz para lançar João Mário. O Sporting parecia melhor, por essa altura, e o Rio Ave fazia pior que na primeira parte. Porém, o futebol não combina na perfeição com a lógica e os homens de Vila do Conde chegariam ao objetivo num período de menor fulgor.

Yazalde a devolver a esperança mas pouco mais

Uma verdadeira trapalhada na defensiva leonina terminou com a bola no lado direito e Kayembé com espaço para o cruzamento. Yazalde respondeu afirmativamente no coração da área, com Naldo fora da sua zona de jurisdição. Minuto 69, jogo relançado em Vila do Conde.

O Sporting acusou o golo sofrido, embora tivesse cada vez mais espaço para procurar o terceiro. Após um par de novas tentativas do Rio Ave, esse cenário tornou-se ainda mais evidente e João Mário deve queixar-se da falta de acerto para resolver de vez a questão, na cara de Cássio. Com a questão em aberto, Jorge Jesus lançou Carlos Mané e por fim João Pereira, que teve nova oportunidade. No final, o triunfo do Sporting aceita-se.
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