Feirense-Portimonense, 1-3 (crónica) - TVI

Feirense-Portimonense, 1-3 (crónica)

Feirense-Portimonense (LUSA)

Talento de Nakajima afunda Feirense

O Portimonense mostrou que a sua luta não tende a passar pelo fundo da tabela, vencendo em casa do Feirense, de forma clara. O equilíbrio até foi nota dominante em grande parte do encontro, mas o talento de um baixinho japonês fez pender a balança - e os três pontos - para a formação algarvia. 

Uma assistência e um golo brilhante de Nakajima, na segunda parte, afundaram o Feirense que, dependendo dos resultados dos adversários diretos, até pode acabar a jornada abaixo da linha de água.

O Portimonense, por seu turno, chega aos 27 pontos e ganha ainda mais conforto na luta pela permanência. 

Dormir até aos golos

Na primeira parte assistiu-se a um jogo de parada e... corrida. Com um ritmo algo lento e duas equipas com as linhas muito juntas, que dificultavam a exploração de espaços pelo adversário, desde cedo se perceberam as estratégias de Feirense e Portimonense.

Se a equipa da casa parecia apostada em explorar as bolas paradas, o conjunto algarvio queria explorar a velocidade dos seus homens da frente, sobretudo em jogadas de transição rápida.

Só que ambos os conjuntos revelavam dificuldades. O Feirense, porque os vários livres que foi conquistando aconteciam em zonas muito recuadas, fruto da dificuldade em chegar à frente com a bola controlada. E o Portimonense, tendo pela frente uma equipa tão calculista, também não conseguia explorar o espaço para as transições... porque ele rareava.

E isso resultou em 25 minutos de jogo aborrecidos, só abanado com o golo de Fabrício, aos 26'. O avançado, que atravessa uma excelente momento de forma, chegou aos 12 golos no campeonato, surgindo solto na zona de grande penalidade para empurrar uma bola cruzada por Wellington.

A desvantagem no marcador obrigou o Feirense a arriscar mais, e isso trouxe mais para o jogo Hugo Seco e Tiago Silva, que começaram a criar algumas dificuldades à defesa dos algarvios.

E foi precisamente o médio fogaceiro que sofreu uma falta dura de Marcel perto da grande área. Na marcação, Babanco traçou um arco perfeito para a cabeça de Flávio Ramos, que tirou o guarda-redes Ricardo Ferreira do lance e colocou a bola à mercê de Luís Rocha empatar e chegar aos cinco golos no campeonato.

E se é verdade que os golos animaram um pouco a partida, foi sem novas grandes oportunidades de golo que o se chegou ao intervalo.

E com o descanso, voltou a diminuir a velocidade do jogo praticado. Ainda assim, o Feirense esteve perto de chegar à vantagem quando, aos 56 minutos, Edson Farias ganhou em velocidade aos centrais adversários, perdendo depois no cara a cara com Ricardo Ferreira, que trancou o caminho para a sua baliza e segurou o empate.

Arigatō por tanto talento

Com o Feirense mais balanceado para o ataque e a dar mais espaço no meio-campo defensivo, sobressaiu de forma decisiva a qualidade técnica de Nakajima que, com um passe a rasgar toda a defesa feirense, deixou Wellington na cara de Caio Secco, para colocar de novo o Portimonense na frente e obrigar a equipa da casa a arriscar ainda mais na busca pelo empate.

Nuno Manta lançou então todas as armas ofensivas que tinha no banco. Juntou João Silva a Karamanos na frente, refrescou o setor intermediário com a estreia de Crivellaro, que entrou para o lugar de Tiago Silva e tentou, com Zé Manuel, a última cartada, no lugar do esgotado Edson Farias. 

Só que Vítor Oliveira cerrou fileiras rapidamente, passou a jogar com três centrais e, quando o Feirense apostava tudo na busca pelo empate, lá surgiu novamente o perfume japonês do futebol de Nakajima. O nipónico surgiu na área com tempo e espaço para pensar e, à saída de Caio Secco, fez um delicioso chapéu ao guardião brasileiro.

Um gesto duro - e talvez demasiado pesado para o Feirense - mas que qualquer pessoa que goste de futebol tem de admirar e agradecer. 

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