A figura: Samaris
Há os golos de Seferovic, a rapidez de Rafa, as assistências de Pizzi e a inteligência de João Félix. Mas neste Benfica há também a entrega de Samaris. No jogo do título, quando a equipa parecia entrar no desassossego inicial dos últimos jogos, o grego colou-a e meteu-a de frente para o 37. Seferovic fez o resto. A exibição do 22 não se ficou por aí, pois foi sempre porto seguro no meio-campo encarnado, foi um jogador que deu tudo na derradeira batalha e que conseguiu pôr sempre a equipa mais perto da baliza adversária. Em suma, Samaris foi o guarda-costas dos rapazes lá da frente e, já agora, figura grande neste título.
O momento: minuto 16
O jogo era do título, a festa estava preparada, mas havia sempre a tensão do que podia acontecer. Até porque o Santa Clara, diga-se, já tinha rematado duas vezes e André Almeida intercetara um cruzamento perigoso. Depois, Samaris viu o que mais ninguém vislumbrou sequer: Seferovic. Com um passe gigantesco, o grego deu ao suíço a ocasião para fazer golo e Seferovic, na primeira oportunidade, sacudiu a pressão do jogo e disse a Pedro Proença que o troféu era para ser entregue em Lisboa.
Outros destaques
Seferovic
Melhor marcador da Liga, 23 golos na conta e, vamos lá a uma frase feita porque elas servem mesmo para simplificar as coisas, foi o canivete suíço para os últimos três pontos do Benfica. Apesar dos números, Seferovic já teve partidas em que demorou a meter a bola na baliza contrária, mas desta vez, fê-lo na primeira ocasião. Decisivo, pois tirou toda a pressão da equipa. Refira-se que, de resto, foi igual a ele próprio. Lutador, por vezes errático, mas também decisivo. É-o mais quando lhe põem a bola a jeito de atirar de primeira para a baliza com a esquerda. Aí a probabilidade de golo aumenta e quando Grimaldo lhe deu a bola assim, bisou.
Rafa
O último jogo da época trouxe outro golo de Rafa. Foram 17 neste campeonato, um registo individual surpreendente pelas épocas anteriores. Nesta tarde, Rafa voltou a usar a velocidade e o toque curto para desequilibrar e meter mais uma bola na baliza adversária.
Pizzi
Procurou incessantemente a baliza do Santa Clara. Ora para aumentar a conta dos golos, ora das assistências. Não conseguiu uma coisa nem outra, é um facto, mas fez outro grande jogo com a águia ao peito e meteu a Luz em suspenso com uma tentativa do meio campo.
João Félix
Quis a bola, procurou o espaço interior e se os primeiros toques/momentos não lhe correram bem, assim que pôde atirar a matar fê-lo. A classe com que «sentou» César foi o enésimo exemplo de qualidade do viseense neste campeonato e o 15.º golo nele.