Nacional-Boavista, 3-3 (crónica) - TVI

Nacional-Boavista, 3-3 (crónica)

  • Marco Milho
  • 19 set 2020, 18:16
Nacional-Boavista (Homem de Gouveia/Lusa)

Muitos golos e bom futebol entre duas equipas cheias de caras novas

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Após um ano de interregno, o futebol da Primeira Liga regressou à Choupana, num jogo da primeira jornada do campeonato, em que o recém-promovido Nacional recebia um reconstruído Boavista, reforçado com alguns nomes sonantes.

Com muitas caras novas – o Nacional com quatro reforços com entrada direta no onze inicial, e o Boavista com oito –, havia alguma expectativa pelas estreias de jogadores como Angel Gomes ou Javi Garcia, do lado dos axadrezados.

O Boavista foi a primeira equipa a tentar subir no terreno, mas as primeiras incursões até uma das grandes áreas pertenceram ao Nacional, que logo aos seis minutos dispôs da primeira ocasião de perigo. Numa jogada bem estruturada em transição rápida, Ruben Micael executou um passe rasgado para Kalindi, que cruzou rasteiro para a pequena área. Chidozie quase desviou para a própria baliza, mas Léo Jardim estava atento.

Os madeirenses insistiam e foi Kalindi, uma vez mais, a dar trabalho a Ricardo Mangas e a Jesús Gómez, encontrando depois João Victor, que rematou cruzado para defesa apertada do guarda-redes boavisteiro, junto ao poste.

Ambas as equipas demonstravam bom futebol, com algum ascendente para a equipa caseira, que misturava um futebol estruturado na circulação de bola com a velocidade de Riascos, perante o jogo mais pragmático e cauteloso dos forasteiros, que jogavam na expectativa.

O Nacional dominava o jogo e o trabalho parecia ainda mais difícil para o Boavista, quando surgiu a primeira contrariedade. A formação do Bessa foi obrigada a proceder à primeira substituição, aos 14 minutos, por lesão de Yusupha Njie, rendido por Jorge Benguché.

No entanto, foi logo no primeiro remate que a equipa de Vasco Seabra chegou à vantagem, com um bom golo de Gustavo Sauer, a responder de primeira a um passe de Angel Gomes, aos 19 minutos. No melhor pano caiu a nódoa, e o tento chegou após um erro de Kalindi – um dos melhores no jogo até então –, que deixou a equipa descompensada, permitindo uma demonstração de eficácia por parte dos nortenhos.

O Nacional reagiu, porém, e repôs a igualdade aos 28 minutos, por intermédio de Brayan Riascos, a conduzir um contra-ataque pela direita. Aproveitando a sua própria velocidade e o espaço concedido por Jesús Gómez, o avançado colombiano galgou terreno até próximo da baliza e atirou com força, já de um ângulo apertado, para a malha superior das redes de Leo Jardim.

O encontro continuava intenso e a reviravolta no marcador aconteceu aos 36 minutos, com Riascos, uma vez mais, a dar trabalho ao lado esquerdo do setor defensivo do Boavista. O colombiano simulou bem, tirando novamente Jesús Gómez do caminho, antes de entregar para João Victor, que atirou para o fundo da baliza.

Mas a primeira parte não chegaria ao fim sem que a igualdade ficasse estampada no resultado, e aos 47’, as panteras chegaram ao 2-2. O golo nasceu de uma boa jogada de entendimento entre Ricardo Mangas e Angel Gomes, numa arrancada pela esquerda. Com uma triangulação, o lateral português ultrapassou com facilidade João Victor, numa altura em que o avançado tentava compensar a ausência de Kalindi, que tinha sido assistido fora do terreno, momentos antes.

Depois de uma boa primeira parte, disputada a um ritmo muito interessante, o segundo tempo trouxe um jogo mais faltoso, mas sempre com alguns rasgos de bom futebol.

O Nacional continuava a tentar sair por cima, na busca de chegar ao terceiro golo, que chegou a estar bem perto, aos 53 minutos. Rúben Freitas cruzou para João Victor, que atirou para a defesa apertada de Leo Jardim.

Adivinhava-se mais um golo e o desempate aconteceu à passagem da hora de jogo, marcando a segunda reviravolta no encontro. João Victor falhou um passe que deixou a equipa alvinegra desequilibrada, permitindo um contra-ataque rápido e bem organizado do Boavista. A assistência partiu do suspeito do costume, Angel Gomes, e Gustavo Sauer bisou na partida.

O Nacional parecia acusar o golpe, tendo tardado a reagir, e só já bem perto dos 80 minutos é que a equipa da casa conseguiu voltar a criar verdadeiro perigo. Foi já numa fase de quase desespero que os madeirenses conseguiram, de novo, equilibrar o marcador, no decorrer dos minutos de compensação. Depois de várias tentativas nos minutos anteriores, os alvinegros colocaram a bola no centro da grande área, e Camacho apareceu para concluir de cabeça.

Final animado para um encontro que teve muitos golos e bom futebol, no qual só faltaram os adeptos nas bancadas.

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