Moreirense-Benfica, 1-2 (crónica) - TVI

Moreirense-Benfica, 1-2 (crónica)

  • Bruno José Ferreira
  • Parque de Jogos Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos
  • 21 set 2019, 22:40

Cabeça fria fora de horas

Cabeça fria. O Benfica apenas respirou fundo em Moreira de Cónegos no último sopro de Artur Soares Dias. Numa exibição pálida, em que a derrota parecia certa quando o cronómetro se aproximava do final, dois golos em seis minutos devolveram os encarnados ao triunfo (1-2) com golos de Rafa e Seferovic.

Cabeça fria de Rafa e Seferovic. Foi a dupla a apontar os golos, ambos de cabeça, o primeiro a cinco minutos dos noventa e o segundo já para lá da hora, aos noventa mais um. Acabou por ser o canivete suíço a desenrascar fora de horas, camuflando uma exibição pobre do Benfica.

A reação ao stress pós Champions ameaçou ser traumatizante, mas a história encarnada continuou a escrever-se por linhas tortas. Décimo triunfo em dez visitas a Moreira de Cónegos em jogos do principal escalão do futebol português.

Encarnados enlatados

Ainda sem sofrer golos em casa esta época, o Moreirense aproveitou a deixa de Bruno Lage no lançamento do jogo e reduziu o espaço de manobra aos encarnados. O técnico do Benfica referenciou as dimensões reduzidas do Parque de Jogos Comendador Joaquim de Almeida Freitas e os Cónegos fizeram disso uma arma.

O Moreirense abdicou cinicamente de grande parte do relvado e fez com que a posse de bola encarnada tivesse de ser gerida numa área reduzida e muitos jogadores concentrados a dificultar ainda mais a tarefa. Assumiu as rédeas do jogo o conjunto encarnado, como não podia deixar de ser, teve mais bola mas sentiu muitas dificuldades para progredir no terreno.

Chegou a encostar o Moreirense à sua área, mas escassearam lances de perigo. Neste capítulo, tentando explorar as bolas ganhas por Nenê para depois aproveitar a velocidade de Luther e de Bilel, o Moreirense igualou mesmo os pesos da balança no que a aproximações de perigo à baliza de Vlachodimos diz respeito, chegando-se ao intervalo com uma igualdade sem golos.

Moreirense por cima

Após o intervalo o Moreirense pôs a segunda fase do plano de Vítor Campelos a funcionar, entrado de forma destemida para tentar ferir a águia. Diferentes abordagens ao reatar do encontro, o Benfica entrou demasiado passivo e permitiu que os Cónegos chegassem ao golo.

Longa troca de bola dos axadrezados no lado esquerdo a culminar com o cruzamento de D’Alberto, na área Luther Singh aproveita um desvio no coração da área para, ao segundo poste, fazer o que não acontecia em Moreira de Cónegos há três anos, marcar um golo aos encarnados. Um dos capítulos da história.

Pelo segundo jogo consecutivo em desvantagem, o Benfica abusou de bolas longas e de tentativas de variação de flanco, deixando o jogo partir quando corria atrás do prejuízo. Ameaçou o Moreirense em contragolpe, aproveitando o espaço que sobrava no seu ataque, em contraponto com um Benfica cada vez mais enlatado.

Cabeça fria no final

O Moreirense já ia fazendo contas aos três pontos amealhados, regozijava-se de não sofrer golos, mas dois cruzamentos para a área, lance tipo no qual o Benfica estava a abusar sem sucesso, resolveram o jogo.

Rafa fez o primeiro cabeceamento, a cruzamento de Rúben Dias; Haris Seferovic fez o segundo para a explosão encarnada em Moreira de Cónegos. Triunfo com estrelinha do Benfica, que teve o condão de acreditar até ao fim mesmo num dia de pouca inspiração.  

Foi épico o final, Bruno Lage até entrou em campo demasiado cedo, festejando o triunfo sem que Artur Soares Dias desse o jogo poe terminado. Sobrou emoção em Moreira de Cónegos, o Benfica sai vencedor da fortaleza Cónega, que apenas sucumbiu no final. O plano de Vítor Campelos foi quase perfeito, são não resistiu ao assalto final do Benfica. Com muita cabeça fria.

 

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