Tondela-Rio Ave, 1-2 (crónica) - TVI

Tondela-Rio Ave, 1-2 (crónica)

Série(s) sem fim com protagonista escolhido a preceito

Relacionados

Em terreno «amaldiçoado», duas equipas em ciclos opostos, um enredo que não agradou a todos mas capaz, e um personagem que entrou a meio para ser herói e vilão.

Até parece uma qualquer série da Netflix. Mas não, longe disso.

O Tondela, sem vencer em casa desde 3 de novembro, procurava quebrar a maldição do João Cardoso e regressar aos triunfos. O Rio Ave, sem derrotas há 5 jogos (6 para a Liga), procurava os três pontos que lhe permitisse recuperar o 4º lugar e colocar pressão sobre o Sporting.

Num jogo que começou com uma mensagem contra o racismo no futebol, o espetáculo prometia emoção, em virtude do tipo de futebol que ambos têm apresentado.

E quem olhasse para os primeiros dez minutos de jogo iria apostar num duelo aberto e com muitas oportunidades de golo. Porém, o espetáculo a que se assistiu na primeira parte esteve longe de ser entusiasmante.

Não se pode dizer que foi mal jogado, mas talvez demasiado parco em oportunidades, face à expectativa criada nos instantes iniciais. O Tondela foi o primeiro a ameaçar, mas o Rio Ave respondeu com perigo por Taremi. Aos dez minutos e já havia uma bola ao poste, por parte do avançado iraniano dos vila-condenses.

À fartura inicial, acabou por suceder uma acalmia geral. O Rio Ave, é certo, assumiu um pouco as rédeas do encontro, dispondo de vários momentos de perigo junto à baliza do Tondela, mas sem grandes resultados práticos.

A defesa tondelense ia chegando para as despesas, e, lá na frente, Pité dispôs de uma grande oportunidade para colocar os da casa em vantagem, mas sem sucesso.

O intervalo chegou com duas substituições forçadas (por lesão) para cada lado, e com a sensação de que fora o Rio Ave quem estivera melhor no primeiro tempo.

De Angola com amor, Parte 1

A segunda parte bem que podia ter sido cortada e colada da transmissão televisiva. Por certo, ninguém notaria a diferença.

Começo de novo a todo o gás, mas que depressa esmoreceu. Melhor o Rio Ave, com Taremi muito perto de inaugurar o marcador, quando estavam corridos 58 minutos.

Aos 68 minutos, Carlos Carvalhal apostou na lotaria e ganhou a sorte grande. Gelson Dala entrou para o lugar de Nélson Monte e o angolano abriu o marcador com apenas seis minutos em campo. De uma transição ofensiva muito bem conseguida, o angolano aproveitou uma segunda bola e lançou um balde de água fria aos adeptos tondelenses.

João Pedro deu esperança e quebrou enguiço

Nas bancadas do João Cardoso, as expressões de tristeza propagavam-se à medida que os minutos iam passando. Mas eis que João Pedro resolveu matar um dos borregos do Tondela esta época.

De um lance confuso na área do Rio Ave, o VAR viu um penálti. Após visualizar as imagens, Manuel Mota apontou para o castigo máximo. João Pedro empatou a partida e anotou com sucesso o primeiro penalti do Tondela em casa esta época.

De Angola com amor, Parte 2

Num final de jogo eletrizante, o Rio Ave não só colocou água na fervura, como voltou a despejar um balde de água gelada no João Cardoso. Dala, Gelson Dala, foi novamente o protagonista dos visitantes e selou o triunfo com um toque subtil na pequena área, mesmo em cima do minuto 90.

Um toque que deixou os vila-condenses colados ao Sporting na classificação. Sporting que, diga-se, emprestou Gelson Dala ao Rio Ave. Sim, também não faltou o típico volte-face.

No final do jogo, era muita a tristeza no rosto dos adeptos do Tondela. Um golpe duro mesmo a acabar, um novo desaire, e uma maldição que parece não ter fim à vista. O mesmo se pode dizer da série de jogos sem perder do Rio Ave, que já vai em seis.

Tramas à parte, foi futebol.

Continue a ler esta notícia

Relacionados