FC Porto-Santa Clara, 2-0 (crónica) - TVI

FC Porto-Santa Clara, 2-0 (crónica)

Conceição como Bilardo

Relacionados

Carlos Bilardo diz que o único resultado que serve é a vitória. Para defender a sua teoria, o argentino comparava o futebol à medicina: «quando um médico tem de realizar uma operação ao coração, só há um resultado que interessa ao paciente. É o mesmo que no futebol.»

O FC Porto meteu a quinta frente ao Santa Clara e lidera a par do Benfica. Fez, portanto, o único resultado que servia.

Houve espetáculo dos dragões a espaços e consistência o tempo. Houve também massacre, especialmente nos vinte minutos finais como Conceição gosta, período esse que coincidiu com o regresso de Nakajima – bastante saudado pelo Dragão.

O primeiro lance de perigo dos portistas surgiu pelo remodelado corredor esquerdo. Num movimento que lhe é característico, Díaz obrigou Marco à primeira defesa apertada do jogo (4m). Pouco depois, Danilo fez o mais difícil e acertou no guarda-redes açoriano em plena pequena área (11m).

João Henriques procurou manter a base do triunfo na jornada anterior e montou a equipa num 5x4x1. O Santa Clara procurou anular o jogo interior de Diaz e Otávio, mas acabou por descurar os corredores laterais. Os cruzamentos dos homens de azul sucediam-se, embora o trio formado por Fábio Cardoso, João Afonso e César sobrasse para as encomendas.

Acabou por ser o regressado Zé Luís a desbloquear o marcador. O cabo-verdiano antecipou-se a César – o lance marcou o início de uma noite horrível – e voou para o 1-0.

FICHA E FILME DE JOGO

Vantagem indiscutível do FC Porto, visto que o único lance de perigo que o Santa Clara criou foi um… cruzamento. De resto, os dragões ainda foram a tempo de ampliar a vantagem antes do intervalo graças a um autogolo de César (41m).

Quiçá pela confortável diferença no marcador, os dragões começaram mal a segunda parte. Falharam vários passes, somaram perdas de bola e raramente conseguiram criar situações de finalização junto da baliza de Marco. A excepção foi um disparo de Díaz que por pouco não entrou (61m).

Pelo meio do declínio portista no jogo, o Santa Clara jogou perto da baliza de Marchesín como nunca até então. No entanto, o melhor que os insulares conseguiram foi um cruzamento-remate que o guarda-redes argentino defendeu com dificuldade (46m). Além do momento protagonizado pelo lateral, houve também um lance na área portista entre Fábio Cardoso e Uribe no qual Luís Godinho (com auxílio do VAR) nada assinalou.

O Dragão acordou e pediu espetáculo. Gentilmente, a equipa correspondeu e chegou até a massacrar, em alguns momentos, o adversário. O jogo mudou. Corona abriu o livro – viu amarelo por simular uma grande penalidade – e  pouco depois assistiu Zé Luís e Danilo para dois cabeceamentos: um foi travado por Marco e o outro saiu por alto (68m e 79m)

Para juntar às oportunidades em catadupa houve um remate de Nakajima que Marco travou. Porventura, o golo do japonês seria o regresso perfeito depois do perdão de Conceição. Ah! Por pouco nos esquecíamos de um falhanço de Zé Luis, quando estava completamente isolado, tamanha foi a sucessão de oportunidades do FC Porto.

O resultado final peca por escasso. Porém, deixou de certeza Conceição feliz, técnico que parece ser fã da teoria de Bilardo.

 

Continue a ler esta notícia

Relacionados

EM DESTAQUE