Estoril-Rio Ave, 2-2 (crónica) - TVI

Estoril-Rio Ave, 2-2 (crónica)

«Canarinhos» empataram no último lance do encontro

De um lado uma equipa que só sabia vencer em casa; do outro uma que não conhecia outro sabor que não o da vitória nos últimos cinco jogos. São partidas como esta que baralham a consciência e dão água pela barba na hora de pôr a cruzinha no jogo dos prognósticos.
 
O melhor mesmo é jogar pelo seguro: cruz no ‘xis’.

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Depois, no jogo, tudo começa a ficar claro. E, este sábado, tudo parecia estar a ficar claro desde bem cedo no António Coimbra da Mota, onde Estoril e Rio Ave empataram a dois golos, num jogo com uma segunda parte de excelente nível e um final de loucos.
 
Uma entrada imprudente de Léo Bonatini sobre Bressan aos 15 minutos quase comprometeu as aspirações da equipa de Fabiano Soares.
 
O Estoril, que até tinha entrado no jogo disposto a assumir o comando das operações, via-se repentinamente numa situação delicada. Jogar com dez durante boa parte de um jogo requer um apelo grande à alma.
 
E a verdade é que a equipa da linha sentiu-se confortável de fato-macaco e conseguiu arrancar um ponto num contexto duplamente (já explicamos porquê) adverso.
 
Tudo parecia alinhado para a sexta vitória consecutiva dos vilacondenses (quarta para a Liga) quando Marvin Zeegelaar abriu a contagem já perto do intervalo, com um desvio de cabeça ao primeiro poste após canto batido da direita por Ukra.
 
Por esta altura o Rio Ave estava por cima do jogo. Mais posse de bola, mais ataques (tudo mais), mas pouco tinha feito para justificar a vantagem. Um cabeceamento de Guedes e um deslize de Kieszek que o próprio resolveu era muito pouco para quem teve o «brinde» que teve logo ao quarto de hora de jogo.
 
Ora, se a equipa de Pedro Martins até não justificaria a vantagem ao intervalo (mas que se aceita), também é verdade que podia ter colocado um ponto final no encontro logo no reatamento da partida, quando Renan Bressan falhou por pouco o 2-0 no coração da área.
 
O Rio Ave não matava o jogo, acreditava o Estoril. E a voz da fé dos «canarinhos» foi Diego Carlos, que aos 56’ bateu de forma exímia um livre que só parou no fundo das redes de Cássio.
 
Ao empate seguiu-se o melhor período da equipa da linha que, com dez, encontrou forma de fazer mossa no sector mais recuado dos vilacondenses, muitos graças à velocidade de Gerso e de Dieguinho, lançado alguns minutos antes do golo para o lugar de Bruno César. Os dois homens mais adiantados do Estoril foram lançando o pânico lá na frente perante um Rio Ave que parecia demasiado combalido daquela espécie de murro no estômago aplicada por Diego Carlos.
 
Babanco, Gerso e novamente Diego Carlos (na receita do costume) podiam ter colocado o Estoril em vantagem, mas foi o Rio Ave quem chegou ao golo.
 
Aos 88’, Guedes saltou mais alto do que os homens de Fabiano Soares e cabeceou para o 2-1. Estava no papo, pensaram os vilacondenses: os onze, mais sete, equipa técnica e staff médico, que saltaram todos do banco em direção à linha final, numa altura em que o Rio Ave também já jogava com dez, por expulsão de Aníbal Capela por acumulação de amarelos.
 
Escrevemos uns parágrafos acima que o Estoril enfrentou um cenário duplamente adverso. Este foi o segundo cenário adverso. Como sobreviver a um segundo rombo?
 
Certo é que a equipa da linha arranjou forma de renascer das cinzas. Arranjou-a no último lance do encontro. Afonso Taira, esquecido nas costas da defesa, resgatou um ponto para o Estoril, que evitou que o Rio Ave durma esta noite na liderança da Liga juntamente com FC Porto e Sporting.
 
Já diz a sabedoria popular que até ao lavar dos cestos é vindima. E como isso ficou tão bem provado na montanha-russa que foi o final deste Estoril-Rio Ave.
 
Venham mais finais assim que a malta agradece, claro está. Mas a si, adepto, leve sempre, pelo sim pelo não, o comprimido para a eventualidade de ter de o pôr debaixo da língua.
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