Marítimo-Famalicão, 3-3 (crónica) - TVI

Marítimo-Famalicão, 3-3 (crónica)

Sonho europeu «ardeu» no Caldeirão

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Um final de jogo impróprio para cardíacos selou este sábado o fim de sonho europeu do Famalicão ante um Marítimo que, em defesa da honra, bateu-se pelo objetivo de ultrapassar a fasquia dos 40 pontos. 

Num duelo que significava a despedida da I Liga 2019/20, os madeirenses estiveram em vantagem no marcador por duas vezes. Os minhotos nunca desistiram e ainda conseguiram estar a vencer já nos descontos. Mas tudo acabou empatado e com muitos nervos de parte a parte, com 3-3 a surgir já perto do final do tempo extra.        

O sonho europeu do Famalicão podia ser concretizado com vários resultados, mas os minhotos sabiam que ao vencer não precisavam de terceiros. Mas tudo começou a correr mal e bem cedo. Logo aos dois minutos, Zainadine, na cobrança de um livre em zona frontal, rematou forte e, a contar com um desvio num pé de Toni Martinez, para enganar o guarda-redes Vaná.

Passados quatro minutos, os famalicenses reagiram e com grande perigo, com Pedro Gonçalves a acertar com estrondo num dos ferros da baliza de Amir, e Diogo Gonçalves, sobre pressão da defesa insular, a não conseguir a recarga.

Mas os caminhos para área de Amir começaram a ser muito bem fechados, e a equipa de João Pedro Sousa começou a recorrer à meia-distância para tentar chegar ao golo. Mas este recurso apenas esteve perto de surtir o efeito desejado num disparo de Coly, que o guardião iraniano desviou para canto, aos 25.

Os minhotos assumiram as despesas do jogo, com mais posse de bola, mas a construção revelava falta de velocidade uma vez chegada ao meio campo defensivo dos madeirenses, que, em bloco, pressionavam com intensidade, recuperando muitas bolas que depois eram rapidamente colocadas na profundidade, sobretudo à procura de Milson e Nanu, dupla que pouco depois da meia-hora, construiu um lance bem desenhado com o guineense a obrigar Vaná a defesa apertada para canto.

A turma visitante chegou a dar mostras de algum desalento, bem patente em algumas faltas duras cometidas a meio campo e em muitas perdas de bola e passes mal medidos. Mas conseguiu arranjar ânimo para chegar ao empate antes do descanso, já em período de descontos, que foram intensos.    

O primeiro aviso foi deixado por Pedro Gonçalves, com um remate forte para defesa difícil de Amir, mas o lance não teria contado, por fora de jogo. Logo de seguida, Rodrigo Pinho, foi bem servido perto da pequena área, mas o brasileiro definiu por cima. Depois foi a vez de Nehuen Pérez, na sequência de um canto, cabecear por cima. E quando já se esperava o apito para o descanso, Toni Martínez, bem servido por Diogo Gonçalves fugiu bem até acabar por sofrer falta de Zainadine, já na grande área insular. O lance ainda foi revisto pelo VAR, mas Fábio Martins foi autorizado a bater desde a marca dos 11 metros, e fê-lo sem grandes hipóteses para Amir.   

João Pedro Sousa foi mais descansado para as cabines, mas por pouco tempo. Três minutos depois do reatamento, Bebeto cobrou um livre na direita e René, entre três minhotos, cabeceou para o fundo das redes… O Marítimo voltava a marcar bem cedo e a deixar o Famalicão a ter de correr novamente atrás do prejuízo. 

Em vantagem, o Marítimo sentiu-se mais confortável para impôr o seu jogo pragmático, cedendo a iniciativa na expectativa de lançar transições rápidas uma vez recuperado o esférico ao intenso assédio minhoto. João Pedro Sousa sabia que o Rio Ave estava a vencer o Boavista no Bessa, e foi o primeiro a mexer, fazendo quatro alterações uma assentada. 

O jogo manteve-se algo fechado até golo do empate, por Roderick, aos 87. O defesa subiu à área e faturou com um cabeceamento colocado sem hipóteses para Amir. Depois foi uma autêntica loucura. Já nos descontos, uma bela jogada de Rúben Lameiras foi concluída com um forte remate e rasteiro de ângulo apertado, para o 2-3 que levou toda a equipa do Famalicão a celebrações eufóricas. A Europa estava a minutos de ser alcançada. Houve confusão entre os festejos e até Fábio Martins, que já estava no banco, acabou por ser expulso por Tiago Martins. 

José Gomes acreditou que ainda havia tempo e operou três alterações. Mas foi Erivaldo, que havia entrado aos 75 para o lugar de Bebeto, que sentenciou o resultado e acabou com a festa minhota. Na sequência de um lançamento lateral, Vaná não afastar de forma eficaz e a bola sobrou para o extremo, encheu o pé para o 3-3. Os insulares também festejaram em grande o tento, e logo após o apito final, gerou-se nova confusão, e mais três expulsões: Kibe e Getterson, do lado Marítimo; Coly, que já estava no banco, pelos minhotos.

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