Sp. Braga-Santa Clara, 0-1 (crónica) - TVI

Sp. Braga-Santa Clara, 0-1 (crónica)

Um Santa(na) para a história

O Santa Clara fez história no jogo de abertura da 2.ª jornada da Liga ao vencer pela primeira vez na cidade dos arcebispos. Bastou um golo, logo aos cinco minutos, de Thiago Santana para estabelecer o resultado final frente ao Sp. Braga e carimbar a segunda vitória açoriana na Liga. Um Santa(ta) para a história, portanto.

Foi com sangue suor e lágrimas que os pupilos de Daniel Ramos saíram da pedreira com os três pontos. Depois de entrarem praticamente a vencer, os açorianos tiveram de sofrer, arregaçar as mangas e ter também uma grande dose de fé para ajudar a travar as inúmeras iniciativas do Sp. Braga.

Depois de perder no Dragão, a estreia de Carlos Carvalhal na pedreira foi aziaga. Entre a falta de ritmo e alguns processos ainda por associar, a espaços, o Sp. Braga fica a dever a si mesmo e também à sorte, ou à falta dela, outro resultado. Essencialmente na segunda parte os arsenalistas criaram uma mão cheia de oportunidades, alguma delas que apenas não entraram por verdadeiro milagre. Incrível. Valeu a tal fé do Santa Clara.

Santana e muito coração

Talvez embalado pelos dois golos apontados na jornada inaugural da Liga, Thiago Santana começou o jogo de pé quente e precisou apenas de cinco minutos para abrir o ativo na pedreira. Intervenção disparatada de David Carmo, ainda longe da sua área, a proporcionar ao Santa Clara uma bola para despejar na área bracarense. O livre nem saiu bem, mas na ressaca Santana aparece isolado e finaliza à ponta de lança para o fundo das redes.

Entrada a vencer dos açorianos, acicatando ainda mais um domínio que já se perspetivava que viesse a ser uma realidade por parte do Sp. Braga. Por força do golo sofrido cedo, ou não, a realidade é que tratou-se de um domínio aflito, sem tranquilidade e pressionado. O conjunto de Carvalhal tirou muitos cruzamentos, despejou a bola na área, mas um Santa Clara organizado foi suficiente para manter a ordem no setor mais recuado.

Organizado e intenso, foi desta forma que os açorianos de Daniel Ramos se apresentaram em Braga, com um enorme espírito de compromisso a baralhar as contas a um Sp. Braga com estatuto superior, mais qualidade, mas a quem parecia faltar ritmo para ultrapassar o conjunto que viajou desde os açores com muito coração.

Seguros que nem ferros

Carlos Carvalhal não gostava do que via e tenteu mudar com o jogo ao intervalo, operando duas alterações. O problema identificado estava nas alas, saltando para o relvado o reforço Iuri Medeiros e Galeno por troca com Musrati e Francisco Moura. Intensificou-se a superioridade do Sp. Braga, a meias com um cerrar fileiras do Santa Clara na retaguarda. Jogo de sentido único, imposto pelo Sp. Braga mas aceite pelos açorianos à espreita de, quando possível, lançar contragolpes venenosos.

Neste figurino o Sp. Braga construiu uma série de lances de golo cantado. Perdidas incríveis, lances por vezes bem traçados mas com a pincelada final a não ter a sequência desejada. Pelo meio, ainda que com o cansaço a fazer-se sentir, a defesa montada por Daniel Ramos ia aguentando. Seguros como ferros. Não fosse o Sp. Braga ter atirado duas autênticas bombas ao ferro, por Ricardo Horta e Iuri Medeiros. Até Ricardo Horta, um dos melhores do Sp. Braga, deu uma mãozinha e numa jogada também ele impediu o golo em cima da linha de golo ao ser atingido pelo esférico.

Depois de na época passada ter feito um campeonato histórico, batendo o record de pontos, os açorianos têm um arranque de época também ele histórico. Duas vitórias em dois jogos, três golos apontados por Santana e nenhum sofrido. Se olharem para a classificação neste momento estão no topo!

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