Nacional-Arouca, 1-1 (crónica) - TVI

Nacional-Arouca, 1-1 (crónica)

  • 28 jan 2017, 18:41
Nacional-Arouca (Lusa)

Penálti nos descontos salva Nacional em que deixará poucas memórias

*Por Paulo Graça

Tanto Nacional como Arouca apostaram num sistema táctico de 4X3X3, com alas bem abertos e a fecharem na cobertura aos defesas. Por isso, encaixaram-se uma na outra e na perfeição. A qualidade foi fraca, sem grandes lances de perigo e sem emoção, aquela que leva muita gente aos estádios. Por isso, e principalmente pela equipa da casa, amealhar o mínimo de pontos é essencial para a salvação. Certo é que ninguém se salva da pouca produtividade ofensiva.

O primeiro remate à baliza do Arouca surgiu quando Mauro Cerqueira, de livre direto junto à área, atirou por cima da barra da baliza de Rui Sacramento. O Nacional crescia, jogava mais no meio campo.

Willyan ainda introduziu a bola na baliza do Arouca (19 minutos) mas veio logo a anulação da jogada por fora de jogo do avançado alvinegro. O Nacional tentava acercar-se na área contrária, sem grandes efeitos práticos. Havia pouca progressão, apesar de Washington ganhar muitas bolas a meio campo. O problema é que entregava sempre para o lado e poucas vezes para a frente, onde estavam os avançados. Nas balizas, os guarda-redes tinham uma tarde descansada.

Victor Garcia era dos que mais tentavam, na direita nacionalista, apoiado por Salvador Agra, mas viu a sua boa prestação ser interrompida por lesão. Tobias entrava para o seu lugar e Jokanovic via-se obrigado a reorganizar o seu setor defensivo, ainda antes dos 30 minutos.

Depois, um período com um zero total. Tanto Arouca como Nacional apostavam numa circulação de bola, com substancia num passe curto, de forma a não falhar nem perder a posse. Ambas tinham medo, receio de sofrer golo.

Com o jogo muito jogado a meio campo, sem progressão, Rui Correia decidiu fazer uma arrancada a terrenos que não são seus. O central percorreu mais de 50 metros com bola, entregou a Mauro Cerqueira, na esquerda, que prontamente cruzou para o interior da área. Na pequena área, Cádiz ajeitou e tocou de tacão para Salvador Agra, que, com Rui Sacramento batido, acertou no único lugar que não devia, em Nuno Coelho, que em cima da linha de golo impediu o primeiro dos alvinegros.

O Arouca respondeu com um remate de Jorginho, por alto e longe da baliza de Adriano. Dois lances que criaram alguma inquietação no público, abrindo um pouco de emoção ao jogo. Mas faltavam poucos minutos e o intervalo, claro, com o nulo e como castigo da pouca ousadia ofensiva de ambos.

O Nacional entrou com outra disposição para segunda parte, pressionando muito mais e mais no meio campo ofensivo. Desde logo, ganhou dois pontapés de campo, embora sem perigo para o guarda-redes contrário. Pouco depois, Prof. Neca – Lito Vidigal estava castigado – aposta na troca de Mateus por Kuka, ganhando o Arouca mais uma unidade fresca no setor ofensivo.

Contudo, era o Nacional a atacar mais, quase sempre pelo flanco esquerdo, onde Willyan ia colocando Anderson em alerta.

Jokanovic fazia a segunda alteração na equipa e apostava em Zizo, que assim se estreava, e logo deu trabalho a Rui Sacramento. A emoção estava instalada no Estádio do Nacional e adivinhava-se o golo. Aos 60 minutos, Cádiz aparece soltou na área e obriga Rui Sacramento à defesa da tarde. Logo no minuto seguinte, outra oportunidade, desta feita evitada por um corte na hora H de Jubal. A pressão subia para os defensores contrários, com o Arouca a defender, desta vez, já quase em cima da sua área. Estava o Arouca numa situação de defesa constante.

Após um período de alguma acalmia, Kuca, na direita, criava pela primeira vez na segunda parte uma situação de perigo na área nacionalista, mas sem consequências para o guardião alvinegro.

Já com Walter em campo, o Arouca ganhava outro pulmão para o contra-ataque, embora quase sempre sem problemas para o quinteto defensivo dos da casa.

E estavam para o fim guardadas todas as emoções, aquelas que tiveram longe das balizas durante todo o jogo. Na primeira vez que foi à baliza do Nacional nos segundos quarenta e cinco minutos com perigo, O Arouca chegava ao golo, depois de um pontapé de canto. Nuno Coelho, após canto, apareceu no segundo poste e desviou para as redes, fazendo o banco dos visitantes saltar de alegria. Neste lance, com alguma sorte, há também alguma desatenção dos defensores alvinegros, que deixaram o central aparecer no segundo poste sem marcação.

Quando todo o estádio criticava o banco do Nacional, eis que chega o brinde, num lance em que João Mendes, o árbitro, marca penalti para os casa e, assim, Salvador Agra concretiza para o empate.

Ficam as memórias de uma partida fraca, mas que apenas em um minuto muito fica para alegrar uns e criar sensação de impotência noutros.

Continue a ler esta notícia