Boavista-Moreirense, 3-1 (crónica) - TVI

Boavista-Moreirense, 3-1 (crónica)

Dá jeito ter uma fortaleza, não dá?

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Construir uma fortaleza requer muito trabalho e paciência, mas dá muito jeito, sobretudo para quando se luta pela permanência. Pedra a pedra, Lito fez do Bessa um sítio incómodo - não raras vezes hostil para quem o visita – e a maior força do Boavista.

Por isso, não foi de estranhar que o sensacional Moreirense de Ivo Vieira tenha caído no forte axadrezado (3-1). Ainda que tenha sofrido segunda derrota seguida, os objetivos cónegos continuam intactos: a permanência do 5.º lugar não está ameaçada (para já) e a meta dos 50 pontos dificilmente não será igualada ou superada.

FICHA DE JOGO

A primeira parte não foi rica em momentos verdadeiramente capazes de empolgar quem assistia. Não bem jogada, simplificando. O Moreirense teve mais bola, jogou mais vezes no meio-campo contrário, mas os (poucos) lances perigosos pertenceram ao Boavista.

Prova disso, foi o remate fortíssimo de Rafael Costa de livre direto que deixou a trave de Nuno Macedo a estremecer durante uns bons segundos (25’). Pouco depois, a pantera colocou as garras de fora e marcou numa jogada de laboratório: canto de Sauer, desvio de Rafa ao primeiro poste e cabeceamento certeiro de Obiora, que assim se estreou a marcar (27’).

Para além de dois remates longe da baliza da autoria de Neto, Moreirense conseguiu apenas um remate enquadrado à baliza, da autoria de Pedro Nuno (30’). Pouco, muito pouco para quem viu o conjunto de Moreira de Cónegos jogar nos outros 30 encontros da Liga.

O «puzzle» que Ivo Vieira montou não foi fácil de decifrar para quem assistia e, talvez, também para quem nele participou. A equipa apresentou-se em 3x5x2 com Arsénio e D’Alberto nos corredores, Pacheco, Neto e Chiquinho no meio, com este último a surgir em zonas mais próximas dos centrais adversários, enquanto Pedro Nuno e Lucas jogavam na frente, por dentro. Dez minutos após o golo sofrido, o treinador do Moreirense mudou o figurino, substituindo Ivanildo por Heri (37’).  

Pese embora a mudança operada pelo Moreirense, foi o Boavista quem esteve próximo de marcar e, consequentemente, aumentar a vantagem. Porém, o remate de Rafael Costa de fora da área saiu ao lado (40').

Confortável no 4x3x3, o Moreirense esteve melhor no segundo tempo. Criou, por exemplo, a melhor situação para marcar em todo o encontro. Halliche rematou dentro da área e obrigou Bracali a defender com a ponta dos dedos para canto (54').

DESTAQUES DO JOGO: Sauer, operário e assistente na fortaleza

O Boavista aguentava bem sem bola. Estava confortável, no fundo. Assistia à circulação do Moreirense a toda a largura, mas com exceção para a oportunidade saída dos pés de Halliche, nunca se sentiu ameaçado. Por sua vez, os cónegos iam pecando demasiado no passe e na definição em zonas mais adiantas, o que ajuda a justificar a escassez de situações de golo iminente.

A Pantera agarrou em definitivo a presa a oito minutos do final. Sauer acertou em cheio na trave (teria sido um golaço) e Yusupha fez o 2-0 com a baliza deserta. A sexta vitória em sete jogos no Bessa desde a chegada de Lito dificilmente iria fugir.

Ainda houve tempo para os recém-entrados Falcone e Bueno avolumarem o resultado: livre do espanhol e golo de cabeça do argentino (86'). A superioridade axadrezada não merece discussão, embora o resultado parecesse demasiado pesado para o que se tinha passado. Halliche assinou o golo de honra do Moreirense e tornou o resultado justo.

O Boavista chegou aos 35 pontos e afastou-se de Tondela e Desportivo de Chaves na luta pela permanência. Dá jeito ter uma fortaleza, não dá?
 

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