Belenenses-Benfica, 1-1 (crónica) - TVI

Belenenses-Benfica, 1-1 (crónica)

Belenenses-Benfica (Lusa)

Jonas salva águia no último sopro

Uma dose de sorte e uma personalidade gigante sustentada na proposta de jogo que Silas tinha prometido na antevisão ao jogo desta segunda-feira pareciam alinhar-se para dar ao Belenenses a primeira vitória na Liga em mais de três meses e o primeiro triunfo dos últimos dez anos sobre os encarnados.

Mas Jonas, denominador comum de tantas outras crónicas e que nesta segunda-feira até uma grande penalidade não conseguiu concretizar, lançou a última carta que tinha na manga e resgatou para o Benfica um ponto que, ainda que esteja longe de chegar, acaba por ser um mal menor.

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Quando o avançado brasileiro bateu aquele livre aos 90+7, os encarnados jogavam com Jonas, Jiménez e Seferovic no ataque. Lá para a frente até já tinha ido um desesperado Bruno Varela, que minutos antes não conseguiu chegar a um remate colocadíssimo do estreante Nathan, reforço de inverno lançado em campo minutos antes.

É provável que o leitor encontre aqui um paradoxo quando lhe dizemos que a derrota era um castigo demasiado pesado para o Benfica e, ao mesmo tempo, um prémio que o Belenenses fez por merecer.

Na antevisão ao jogo desta segunda-feira, Silas tinha prometido um futebol agradável. Não há muitos treinadores com discursos diferente, mas há poucos que conseguem passar das palavras aos atos.

Mas Silas cumpriu-o. Não assinou o 0-0 e quase saiu com os três pontos, depois de uma exibição corajosa. Os azuis do Restelo renegaram àquilo que tanto se vê em jogos entre equipas de forças desiguais. Foram 90 minutos fiéis a uma ideia: sair a jogar mesmo quando a pressão encarnada era asfixiante. O Belenenses errou, cometeu deslizes que podiam ter sido fatais, mas insistiu.

E isso é raro. Raríssimo neste país onde tanto se fala de diferenças de orçamentos na mesma proporção em que a resignação se instala dos mais frágeis que entram em campo com posturas derrotistas.

Com João Carvalho no lugar no lesionado Krovinovic, a águia entrou pressionante em campo, a encostar a equipa da casa à sua grande área. A equipa de Rui Vitória parecia a caminho de mais uma vitória e da liderança provisória da Liga, mas o tempo passava e a confiança do Belenenses crescia.

Aos poucos, o conjunto de Silas conseguiu intranquilizar o Benfica, que esbarrava não raras vezes na parede montada a meias por Gonçalo Silva e um imperial Sasso.

Depois de uma primeira parte desinspirada e, talvez, com alguma sobranceria à mistura, o Benfica regressou dos balneários mais intenso, mas sem a pujança e, sobretudo, a clarividência das últimas semanas. Dispôs até de duas oportunidades flagrantes: primeiro num penálti que Jonas não conseguiu concretizar; pouco depois, num lance em que Cervi apareceu na cara de Filipe Mendes.

Quando Nathan gelou os quase 10 mil adeptos do Benfica no Restelo, já Rui Vitória tinha juntado Raúl Jiménez e Seferovic a Jonas na frente. Valeu aos encarnados o avançado brasileiro. Apagado mas, ainda assim, decisivo. São assim os grandes jogadores, que podem aparecer até ao último ato.

Confira o resumo do jogo:

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