Tondela-Benfica, 0-4 (crónica) - TVI

Tondela-Benfica, 0-4 (crónica)

  • Adérito Esteves
  • 30 out 2015, 22:42

Nau encarnada ultrapassa o mostrengo da crise num mar de facilidades

Sem sobressalto. A viagem do Benfica a Aveiro não podia ser mais tranquila. Se a ideia do Tondela passava por aproveitar a intranquilidade benfiquista, a esperança auri-verde desvaneceu logo na primeira vaga ofensiva dos encarnados. Começou na parca resistência dos tondelenses o passeio em forma de cruzeiro da formação de Rui Vitória (0-4).

O Benfica, que ainda não tinha marcado na condição de visitado em jogos do campeonato, aproveitou o desnorte do adversário para levantar a moral perdida com a derrota no derby, dando-se ao luxo de poder gerir o plantel para o importante desafio agendado para terça-feira na Liga dos Campeões.

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Com o primeiro golo a surgir logo aos três minutos, o Benfica navegou por águas tranquilas, contando ainda com sopros de desinspiração do adversário. Se no primeiro golo é Matt Jones que parece demorar eternidades a reagir ao cabeceamento em vólei de Jonas, o segundo tento dos encarnados é ainda mais oferecido pela defesa contrária. Sem qualquer adversário a pressionar, Markus Berger aborda muito mal o cruzamento de Jonas, empurrando a bola para a sua baliza.

Inesperadamente, aos 12 minutos, o Benfica encontrava-se em posição de poder gerir o encontro a seu bel-prazer. Dificilmente Rui Vitória imaginara um cenário mais favorável.

Sem importunar muito, o Tondela tentou reagir. As arrancadas dos jogadores da frente do conjunto de Rui Bento foram amarelando vários jogadores encarnados, mas nunca levaram verdadeiro perigo ao horizonte benfiquista.

Mesmo sem forçar muito, ainda antes do intervalo a águia aportou num cais de tranquilidade total. Mais um rasgo de classe de Jonas, desta feita a servir a corrida de Gonçalo Guedes que, após contornar o guardião tondelense, finalizou já com um ângulo complicado.

Galatasaray à vista

Como seria de esperar, na segunda parte, importou mais ao conjunto de Rui Vitória fazer uma gestão tranquila da vantagem do agitar águas em busca de mais golos. Isso resultou num maior atrevimento – ainda que continuadamente desinspirado – do adversário. Apesar de algum relaxamento do meio-campo encarnado, nunca os tondelenses ameaçaram verdadeiramente a baliza de Júlio César.

A partida da Liga dos Campeões agendado para a próxima terça-feira passou a estar no horizonte dos jogares. Rui Vitória foi retirando do seu xadrez as principais pedras, sem fazer perigar a sua vantagem Às saídas de Jonas e Gaitán corresponderam as entradas de um inconformado Carcela e de mais um menino da formação: Renato Sanches.

E seria o marroquino contratado ao Standard de Liège a trazer alguma emoção à partida. Após uma ameaça que passou perto da baliza de Cláudio Ramos, o camisola 39 estrear-se-ia a marcar, com um bom remate à entrada da área.

A faltarem menos de dez minutos para o final da partida, estava contada a história desta partida, em que o Benfica só teve de aproveitar a maré de erros do adversário para conduzir o barco a bom porto. Houve competência da equipa de Rui Vitória, claro, mas bastou-lhe depois seguir o mapa de desinspiração dos viseenses. Agora, outros mares se levantarão para colocar à prova a consistência dos navegadores encarnados.
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