Belenenses-Santa Clara, 2-1 (crónica) - TVI

Belenenses-Santa Clara, 2-1 (crónica)

Mais vale tarde do que nunca

Lar, doce lar. Costuma dizer-se que não há casa como a nossa, mesmo que essa casa seja emprestada ou arrendada.

E o Belenenses, que desde 2018 tem no Jamor a sua casa, não é exceção. No regresso ao Estádio Nacional, os azuis deram um pontapé – ou melhor, um cabeceamento – na crise e venceram o Santa Clara, por 2-1.

Um triunfo tardio, emocionante e carregado de significado: é a primeira vitória do Belenenses nesta edição da Liga, e são três pontos que permitem à equipa lisboeta deixarem o último lugar da tabela classificativa – a lanterna-vermelha agora está precisamente nas mãos do Santa Clara.

Uma meia-hora 'pachorrenta'

Mas os açorianos não eram, à priori, o adversário mais apetecível para o Belenenses quebrar a malapata.

A viver as primeiras semanas com Nuno Campos ao leme, o conjunto ilhéu veio a Lisboa depois de um triunfo moralizador sobre o FC Porto. Mas esse Santa Clara que abateu o dragão só apareceu no Jamor para os últimos 20 minutos da partida.

Mas já lá vamos.

A tarde foi cinzenta e convidava a mantas e sofá, com pipocas no colo e um filme a rolar na televisão. E quem se deslocou ao Estádio Nacional bem pode ter pensado nisso na primeira meia-hora da partida.

As duas equipas entraram pressionadas pela pobre situação classificativa, mas ninguém parecia ter pressa em tentar escapar à lanterna. A primeira-hora adjetiva-se com uma palavra pouco famosa: pachorrenta.

Safira passou para o papel momento azul

Só que à meia-hora, a equipa da casa acordou e foi recompensada. O Belenenses acercou-se da baliza de Marco e não precisou de ameaçar muito para passar esse maior domínio para o papel. Coube a Safira, figura da primeira parte, essa assinatura.

Nuno Campos não estava satisfeito e mostrou ao que vinha para a etapa complementar logo ao intervalo: Luis Phellype, avançado emprestado pelo Sporting, foi a jogo para dar outra robustez ao ataque açoriano.

Não contente com os primeiros minutos, o novo técnico do Santa Clara desmontou o 4x3x3 que tinha iniciado o jogo e lançou Rui Costa para fazer companhia a Phellype.

A pressão acentuou-se.

O Belenenses deixou de conseguir ter bola e, consequentemente, de conseguir sair para o ataque. O Santa Clara acercou-se da baliza azul, e só o poste, primeiro, a remate de Allano, e a cabeça de Tomás Ribeiro, após uma ‘bomba’ de Tassano, impediram o golo que parecia inevitável.

E esse golo chegou da marca dos 11 metros. Danny Henriques derrubou Assano na grande área e Allano, aos 89 minutos, deu justiça ao marcador.

Futebol, bloody hell

Mas o futebol, esse bloody hell, já dizia Sir Alex Ferguson, ainda tinha uma na manga. O Santa Clara, naturalmente empolgado pelo empate tardio, foi à procura da reviravolta, e Pedro Nuno castigou o açor, aos 90+3 minutos, com um golo que nasceu de um contra-ataque.

O empate era o mais justo, mas Pedro Nuno não perdoou a distração açoriana e tirou o Belenenses do fundo da tabela. A primeira vitória dos azuis na Liga chegou tarde, mas é preciso lembrar: mais vale tarde do que nunca.

Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE