Luz, Alvalade e Dragão: questões de estabilidade - TVI

Luz, Alvalade e Dragão: questões de estabilidade

Marítimo-Benfica (Lusa)

Um olhar para as opções dos três treinadores até agora. Descubra as diferenças

O Benfica é dos três grandes aquele que utilizou mais jogadores até agora e tem menos totalistas, jogadores que são referências no onze titular. Mesmo que Rui Vitória já tenha repetido «onzes», ao contrário do que fez, por exemplo, Jorge Jesus.

Um olhar para as opções dos três treinadores mostra como todos eles estão a testar soluções, normal em início de época, mas como no caso de FC Porto e Sporting há posições centrais perfeitamente estabilizadas, o que não acontece no Benfica. Mais um dado para analisar o momento dos «encarnados», de rendimento claramente abaixo dos rivais.

Rui Vitória utilizou até agora 24 jogadores, em 12 jogos: oito para a Liga, a Supertaça, dois de Liga dos Campeões e um de Taça da Liga. Jorge Jesus também usou o mesmo número de jogadores, mas em 13 jogos. E Sérgio Conceição usou 20 jogadores, mas em apenas 10 jogos.

O número do Sporting está de resto inflacionado pelo encontro com o Marítimo para a Taça da Liga, onde o Sporting apresentou um «onze alternativo», com três estreias absolutas: Salin, Tobias Figueiredo e Mattheus Oliveira, que não foram utilizados em mais nenhum jogo. O Benfica também fez já um jogo para a Taça da Liga, frente ao Sp. Braga, onde recorreu a vários jogadores pouco utilizados, mas houve apenas duas estreias, a de Krovinovic e de Júlio César, este um caso particular.

O guarda-redes brasileiro ocupou a baliza nessa partida mas ficou. Foi o jogo seguinte à derrota com o Boavista, marcada por um erro de Bruno Varela. E depois do Braga Rui Vitória manteve Júlio César.

Mudança na baliza ao fim de oito jogos, começa logo atrás essa falta de estabilidade «encarnada». E se no lado direito da defesa o lugar tem sido de André Almeida, o jogador em absoluto com mais minutos esta época no Benfica e o único utilizado em todos os jogos, e se no lado esquerdo é Grimaldo a referência, com Eliseu utilizado quando o espanhol está indisponível, no centro da defesa as dúvidas são muitas.

Rui Vitória utilizou até agora quatro duplas de centrais diferentes. Com Luisão ainda como referência – é aliás o único jogador do Benfica que fez todos os minutos na Liga. Se o capitão é inabalável, ao seu lado já passaram Jardel, Lisandro Lopez e Rúben Dias. E quando Luisão foi poupado na Taça da Liga a dupla foi Jardel e Rúben Dias.

Evidentemente, a indefinição prende-se com o mercado. Sairam Ederson, Nelson Semedo e Lindelof e nenhuma das posições foi reforçada com contratações que sejam primeiras opções. Se o momento do Benfica precisa de ser entendido com vários factores, de sub-rendimento de alguns jogadores cruciais a problemas de jogo coletivo, os dados de utilização de jogadores – e o número de golos sofridos esta temporada – também atestam que eles começam lá atrás.

Não há nenhum jogador no Benfica que tenha feito todos os minutos até agora: o mais próximo é André Almeida. Depois, só há mais três jogadores utilizados em todos os jogos: Jonas e Pizzi, tiulares em 11 partidas e suplentes utilizados frente ao Sp. Braga para a Taça da Liga. Jimenez também fez 12 jogos, mas apenas foi titular por duas vezes.

O contraste com FC Porto e Sporting é grande. Os dragões têm três jogadores que jogaram cada minuto até agora. São a base da defesa: Casillas, Marcano e Felipe. Além de Alex Telles, titular em todos os jogos. No lado direito da defesa as opções têm sido mais diversificadas, entre Ricardo Pereira, Maxi Pereira e Layún. Depois, há mais dois jogadores titulares absolutos, mesmo que não tendo jogado todos os minutos: Danilo e Brahimi. E ainda Marega, que fez todos os jogos, um deles a suplente.

Quanto ao Sporting, Jorge Jesus fez várias mudanças na defesa esta época, mas estabilizou cedo. Rui Patrício, Coates, Mathieu e Piccini fizeram todos os jogos, excluindo a partida da Taça da Liga com o Marítimo, sendo que os dois primeiros jogaram todos os minutos dessas 12 partidas. Na lateral esquerda tem havido maior flutuação, em função também da forma física de Fábio Coentrão, mas a base da defesa está sólida.

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