Bruno Lage falou nesta sexta-feira sobre o gesto feito por Seferovic depois de marcar ao Leipzig, quando colocou o dedo à frente da boca como que a mandar calar as críticas.
O treinador do Benfica assume que não foi a melhor reação, mas defende o seu jogador.
«É uma situação com a qual ele tem de saber conviver. Não falei com ele sobre isso, mas ele tem de saber conviver com isso. E o que sinto é que as pessoas olham para o Seferovic como uma pessoa fechada, quase com posição de militar, mas não é . É muito tranquilo. Sinto que gosta muito de estar no Benfica, por isso acabou de renovar, e acho que os adeptos gostam muito do melhor marcador da época passada», começou por dizer.
O técnico acredita, por isso, que o gesto não foi para os adeptos
«Não foi tanto para os adeptos. Eu estive ao lado dele na conferência e quando alguém está a trabalhar, como ele está, as perguntas são sempre: e golos? E golos? E golos?», continuou.
«Se quisermos um jogador como os que temos aqui, custa 60 milhões»
Depois disso, Lage fez uma analogia curiosa para defender Seferovic.
«Ele não deve fazer o gesto para os adeptos nem para ninguém, mas é o mesmo que dizer a alguém que foi o empregado do mês no McDonalds e depois no dia a seguir deixa queimar as batatas e leva uma dura do patrão. Há que olhar para o que dá à equipa em termos defensivos e para a capacidade de ainda marcar 21 golos no último campeonato… Mas pronto, deixou queimar as batatas fritas.»
«Estou muito contente com o Seferovic, mas ele tem de perceber que tem de saber lidar com isto. Mas os adeptos também têm de perceber a pressão que há sobre estes jogadores», acrescentou, referindo mais à frente que nunca sentiu no suíço um estado anímico diferente pela ausência de golos.
«Nunca o senti ansioso. Nem ele nem ninguém.»