Sp. Braga queixa-se do calendário e critica Benfica - TVI

Sp. Braga queixa-se do calendário e critica Benfica

Pedreira

Bracarenses emitiram comunicado depois de os encarnados criticarem a calendarização das provas nacionais

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O Sporting de Braga voltou a queixar-se da calendarização do futebol português e crítica o Benfica por uma «gritante falta de comunicação». 

Num comunicado divulgado no site oficial, os bracarenses frisam que a calendarização está a revelar-se «caótica» e sobre a qual «há conclusões taxativas e críticas lancinantes».

Na mesma nota, o clube presidido por António Salvador estranha que só agora o Benfica tenha «rasgado as vestes contra o calendário» e refere haver «uma gritante falta de comunicação entre quem representa o clube nas reuniões estratégicas e nas decisões em sede de Comissão Permanente de Calendários». De resto, o emblema lembra que sempre alertou para esta situação.

Entre outros temas, o Sporting de Braga opõem-se à paragem de Natal e coloca-se ao lado do G-15 nas críticas ao modelo de governação. 

Lembre-se que os bracarenses abandonaram a Comissão de Calendários da Liga por causa da rejeição do pedido de adiamento do jogo com o Boavista e sublinharam querer o fim da Taça da Liga.


LEIA O COMUNICADO NA ÍNTEGRA:

Um raio de luz desceu sobre o futebol português, iluminando a visão de alguns dos seus responsáveis sobre uma calendarização que agora se revela caótica e sobre a qual há conclusões taxativas e críticas lancinantes.

O deserto onde o SC Braga vinha pregando há já largos meses termina afinal num oásis, onde até se saciam aqueles que juraram desta água nunca beber.

É irónico que a Imprensa desta terça-feira dê eco do SL Benfica a rasgar as vestes contra o calendário, sobretudo por haver uma gritante falta de comunicação entre quem escreve as newsletters e quem representa o clube nas reuniões estratégicas e nas decisões em sede de Comissão Permanente de Calendários (CPC).

O SC Braga saúda, obviamente, que uma SAD com a responsabilidade do SL Benfica se junte à luta por um calendário, e citamos, que «salvaguarde os interesses do futebol português» e que alerte contra a «elevada concentração de jogos que se seguirá» à paragem.

É um ato de contrição muito relevante por parte do clube que mais se indignou para que o Boavista FC x SC Braga se jogasse a 31 de outubro, bem dentro do tal ciclo caótico. Um reconhecimento tardio, é certo, mas que recebemos com muito agrado, cientes de que no futuro o SL Benfica será consonante com a posição agora tomada na crítica a uma calendarização que ajudou a formular enquanto membro das últimas CPC.

O SC Braga sabe que posições defendeu em tempo oportuno. O SC Braga tem documentados os alertas que lançou em abril, quando recebeu as propostas da Liga e da CPC para 2019/20. O SC Braga recorda a estratégia defendida pelo seu Presidente em reuniões com os congéneres e com os líderes da FPF e da Liga Portugal, correspondendo às reflexões que Fernando Gomes tem promovido para reformulação dos quadros competitivos. O SC Braga já há muito advogou, como hoje também reclama Carlos Carvalhal, que o “break” de dezembro é inoportuno e contrário aos interesses da indústria, tendo António Salvador deixado muito claro que o mesmo só se devia realizar após o dia 5 de janeiro.

A coerência é um valor importante. Fomos contra esta calendarização em abril, quando a mesma nos foi apresentada como um produto acabado pela Liga e pela CPC, e lançamos alertas muito concretos em agosto e em setembro, agora acolhidos por outros, manifestando também a necessidade de pensar a existência da Taça da Liga tal como a conhecemos, a criar vazios competitivos e a empurrar jornadas do campeonato para ciclos sobrelotados, tudo para que a menina dos olhos desta Liga possa ocupar fins de semana nos primeiros meses da época e condicione todo o mês de janeiro.

Tudo o que defendemos em setembro, aquando do inenarrável processo de marcação do jogo com o Boavista FC, é por nós reafirmado, cientes de que as dificuldades que esta calendarização impõe aos clubes serão ainda mais agudas durante os próximos meses e em particular no início de 2020, quando tudo se estiver a decidir e quando um pensamento estratégico (que não houve) se revelar fundamental para, à escala europeia, se perceber que países vão atingir os seus objetivos e que países vão definhar, condenados à sua endémica falta de visão.

Que seja a Taça da Liga o prego no caixão do futebol português é de uma ironia queirosiana, mas que da nossa parte não passará sem a devida denúncia: este estado de coisas é responsabilidade da Direção da Liga e dos clubes que a integram, mas é também o reflexo de um modelo de governação que o G15 já há denuncia dois anos como caduco, mas que Pedro Proença se recusa a reformar – contrariando o que prometera antes das eleições – e que ficará gravado na história como causa maior da nossa perda de competitividade.

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